Escola sem partido?

Convidamos professores vinculados à UFMG para refletir sobre o projeto de lei que tem mobilizado o país


     

Geral • Quinta-feira, 11 de Agosto de 2016, 16:08:00

 

Discutir uma escola sem partido convoca evidenciar sua impossibilidade, e não só porque é mais uma tentativa de censura – neste caso, felizmente, das mais ineficazes, porque pretende calar aqueles cuja função, por atribuição da Constituição e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, é formar crianças e jovens para a cidadania, de que são princípios fundamentais a liberdade de expressão e o desenvolvimento da criticidade; é uma impossibilidade (uma ingenuidade?) porque se constrói sobre pressupostos que não se sutentam.

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Magda Becker Soares - professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG


No momento em que os grupos que assumiram a direção do Estado brasileiro após o golpe que afastou a Presidenta Dilma Rousseff começam a dar o tom das políticas educacionais que serão implantadas no país, cresce a desenvoltura com que os grupos conservadores circulam pelos espaços institucionais onde se debatem os rumos da educação brasileira. Uma das principais bandeiras desses grupos, hoje, é a defesa do que denominam “escola sem partido”. 

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Luciano Mendes de Faria Filho, professor da Faculdade de Educação da UFMG e coordenador do projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil 1822-2022


Se encararmos a escola como uma das instituições que compõem necessariamente a vida social, perceberemos que ela, como as outras, congregando diversos sujeitos, deve estampar uma força que se sobreponha a estes como indivíduos, de modo que, ao morrer o José, não precisemos repensar formas de comida, de bebida, de vestimentas, concepções religiosas ou agnósticas,  organizações de parentesco,  modos de amar ou de odiar, estruturas linguísticas, artísticas, míticas ou cotidianas.

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Graça Paulino - professora aposentada da Faculdade de Educação da UFMG, pesquisadora do Grupo de Pesquisa do Letramento Literário (Gpell/Ceale)


Para pensar sobre os impactos do projeto de lei do programa Escola sem Partido no segmento da Educação Infantil, vejamos dois itens da proposta que dizem respeito mais diretamente à educação da infância: 

“VII - direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções." 

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Maria Cristina Soares de Gouvêa - professora da Faculdade de Educação da UFMG, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Infância e Educação Infantil (Nepei)