Políticas Públicas em debate

Críticas à gestão pública da educação no Brasil foram pautadas na manhã de terça


     

Acontece • Quinta-feira, 11 de Julho de 2013, 11:53:00

Na terça-feira (9), a mesa Sentidos da Alfabetização Inicial nas Políticas Públicas no Brasil marcou o inicio das atividades do segundo dia do Conbalf. O debate contou com a mediação da professora da UFRGS, Luciana Piccoli e a exposição do secretário de formação continuada do MEC, Adail Pereira dos Santos, do pesquisador da UFRGS e membro do comitê assessor da CAPES e do CNPQ, Alceu Ferraro, e de Roberto Catelli Júnior, membro da ONG Ação Educativa. Denise Lopes, professora da UFRN conduziu os debates.

O representante do MEC, Adail Pereira dos Santos, fez uma exposição sobre o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) a partir dos dilemas apontados pelo Censo Escolar 2011. “Os desafios não se localizam no ingresso, mas na evasão. Devemos enfrentar a alta proporção da população que não que não conclui o ensino básico do Ministério”, afirma Adail.

Em seguida, o pesquisador da UFRGS Alceu Ferraro fez uma provocação: “Por que apesar de tantas reformas, leis, discursos e programas sobre analfabetismo no Brasil, os resultados são tão minguados? Na verdade, problema mal compreendido é problema mal resolvido. Mas não basta só compreender. É necessário criar meios para resolver o problema – e o Estado tem que dar os meios”.

Com a exposição Alfabetização de Jovens e Adultos no Brasil: de programa em programa, Roberto Catelli Júnior apontou a necessidade de uma politica de alfabetização, que vá além de programas. “Assistimos a uma sucessão de programas que se propunham a metas milagrosas, mas que tiveram resultados muito pequenos. É preciso uma política que encare a alfabetização como um processo contínuo de promoção de direitos, onde a escola tenha um papel central. Os governos passam e a escola fica”, defende.

A debatedora da mesa Denise Lopes apontou a necessidade de refletir sobre a proposta de formação de professores no PNAIC. “Como formar um professor em 120 horas e com encontros mensais? Essa é uma pergunta que me angustia, pois nos faz pensar em sobre que alfabetização é essa que estamos vislumbrando”, questiona.