Criação do Ceale
Pilhas de teses e dissertações lotavam uma salinha da Faculdade de Educação da UFMG (FaE). O espaço abrigava toda sexta-feira as reuniões de um pequeno grupo de pesquisas que discutia principalmente o ensino da leitura e da escrita no país. Com o tempo, o grupo foi ganhando força. A expansão das pesquisas e da própria noção de alfabetização atraiu professores de Psicologia e Letras para as reuniões. Surgiram projetos em parceria com o Centro Pedagógico da UFMG e com redes públicas e particulares de ensino, que forneciam dados para os estudos.
A institucionalização do grupo de pesquisas, não mais tão pequeno, veio em 1990, nomeado pela Unesco o Ano Internacional da Alfabetização. O momento era oportuno, e a então diretora da FaE Glaura Vasques de Miranda partiu em direção a Brasília para conseguir financiamento para o projeto de transformar aquele núcleo num centro de pesquisas. Dito e feito: em outubro daquele ano nascia o Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, órgão complementar da Faculdade de Educação. Mais autônomo, o Centro cresceu, ampliou suas linhas de pesquisa e ganhou novas instalações. A salinha abarrotada de pesquisas impressas deu lugar a um prédio moderno em 1994, onde o Ceale segue funcionando até hoje.
“Ainda na época do grupo e do núcleo de pesquisas, já havia muita demanda de órgãos públicos – e esse foi um dos fatores que nos motivaram a virar um centro. E a demanda na área da linguagem cresceu ainda mais após essa institucionalização. O MEC e as secretarias municipais e estaduais começaram a demandar mais e mais trabalhos de formação do professor. Essa é a característica básica do Ceale: a associação de pesquisa com a atuação junto às escolas, às redes de ensino. Depois disso, de repente, o que era um grupo de pesquisa cresceu e virou o que é hoje”
Magda Becker Soares
Professora emérita da FaE/UFMG e fundadora do Ceale
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