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Avaliação Diagnóstica

Autor: Gladys Rocha,

Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG / Faculdade de Educação / Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita-CEALE,

Um conjunto expressivo da literatura denomina diagnóstica a avaliação realizada no início de determinado momento da escolaridade, visando à apreensão de aprendizagens relativas a processos e/ou percursos anteriores. Nessa acepção, a avaliação diagnóstica tem o objetivo de auxiliar no delineamento de pontos de partida de processos de ensino.

No discurso pedagógico, a avaliação diagnóstica tem sido também tratada como sinônimo de avaliação formativa. Nessa perspectiva, ela é entendida também como a avaliação que ocorre ao longo dos processos de ensino e aprendizagem, visando a sua regulação. Ou seja, a avaliação diagnóstica pode ser entendida como aquela que verifica se o aluno aprendeu aquilo que lhe foi ensinado, a fim de identificar dificuldades de aprendizagem a serem superadas. Assim dimensionada, a avaliação diagnóstica (formativa) tem a função de orientar o ensino, o (re)planejamento do trabalho desenvolvido em sala de aula, com foco na aprendizagem do aluno.

É importante observar que, em ambas as possibilidades interpretativas, a avaliação diagnóstica é um instrumento da interação pedagógica que tem como foco parte de um percurso da aprendizagem, visando à delimitação de pontos de partida e/ou de retomada para o ensino. Para ser qualificada como diagnóstica, uma avaliação precisa privilegiar os processos de ensino e aprendizagem e não a indicação de notas, classificações ou hierarquizações. À avaliação diagnóstica caberia contribuir para a identificação de habilidades e/ou competências que o aluno já domina, auxiliando na apreensão daquilo que precisa ser ensinado. Na concepção diagnóstica de avaliação, a apreensão de dificuldades de aprendizagem, visa à delimitação de estratégias voltadas à sua superação e não à produção de classificações ou hierarquias de excelência.

No âmbito da alfabetização, a avaliação diagnóstica (formativa) constitui instrumento essencial para os processos de ensino e aprendizagem da palavra escrita, uma vez que é o diagnóstico que permite identificar os estágios de aprendizagem dos alunos em leitura e em escrita, visando à delimitação das intervenções mais adequadas. Para possibilitar, ao professor, distinguir percursos de aprendizagem em leitura e em escrita, o diagnóstico deve conter atividades de escrita voltadas à apreensão do estágio em que cada aluno se encontra (pré-silábico; silábico; silábico-alfabético; alfabético, etc.), tanto na escrita de palavras, como de frases ou outros textos. Deve, também, apresentar atividades que permitam identificar percursos de leitura, especialmente no que tange à capacidade de decodificação: leitura silabada, com ou sem recuperação do sentido do que foi dado a ler; decodificação com fluência e recuperação de sentido; leitura restrita ao nível da palavra, mas com recuperação do significado; leitura fluente e vários níveis de compreensão, entre outras possibilidades, com foco em contextos específicos de ensino/aprendizagem e/ou à trajetória de um aluno ou turma.


Verbetes associados: Avaliação Externa, Descritor (de competência ou habilidade), Matriz de referência


Referências bibliográficas:
PERRENOUD, P. Não mexa na minha avaliação! Uma abordagem sistêmica da mudança. In: —. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagen - entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. p. 145-168.

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