Leitura é conexão

Segundo encontro do Leituras em Conexão em escola do Barreiro, região de Belo Horizonte, é marcado por trocas de experiências


     

Acontece • Sábado, 14 de Abril de 2018, 14:55:00

Hoje ocorreu, na parte da manhã, o terceiro encontro do curso promovido pelo projeto Leituras em Conexão, na Escola Municipal Vinícius de Morais, na região do Barreiro (Belo Horizonte). O curso ocorre concomitantemente em outras sete escolas públicas e na biblioteca da Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Belo Horizonte, contemplando as nove regionais da capital, um sábado por mês. Em 2018, ainda ocorrerão sete encontros presenciais. O primeiro encontro reuniu todos os participantes na UFMG para uma palestra do pesquisador do Ceale Rildo Cosson. Confira como foi aqui.

O segundo encontro da EM Vinícius de Morais foi repleto de trocas de experiências do início ao fim. A manhã começou com a leitura de um texto literário, proposta para todos os encontros como atividade inicial pelo professor formador do curso Guilherme Trielli, pesquisador do Ceale e professor da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. O texto, escolhido pelo professor Vicente, da EM Jonas Barcellos Corrêa, foi a crônica "Brinquedos Incendiados", de Cecília Meireles. A segunda atividade foi um exercício que pedia que os professores cursistas apresentassem um objeto, livro, memória ou história que fosse parte importante de sua formação como leitores literários. 

A professora Catherine trouxe um vestido bordado por pessoas de sua família

Com histórias contadas muito afetivas, quase sempre relacionadas às famílias dos professores, a atividade provocou emoção em muitos, sendo estendida além do plajenado. Aproveitando a troca de experiências realizada, o professor Guilherme explicou que um dos objetivos do projeto é justamente "aproximar a literatura da vida". Após o exercício, foram realizadas por diferentes professores sínteses dos capítulos do livro "Literatura: leitores e leitura", de Marisa Lajolo, que será retomado ao longo do curso. 

A partir do livro, foram discutidas questões como: de que forma fazer a literatura envolver e criar outra experiência com o tempo (menos corrida), o que é literatura, como formar leitores, o poder da palavra literária, a realidade na literatura e a "evolução" dos suportes. 

O professor Guilherme defendeu que os lugares que podem dar início à formação de um leitor são diversos, como exemplificado nas falas da atividade anterior. Uma das cursistas, bibliotecária, argumentou que, a partir do livro, refletiu que a questão não é definir 'o que é' ou 'não é' literário, mas sim criar e ajudar os alunos a criar um repertório, para possibilitar a formação de uma "dimensão literária", tendo também a preocupação de conhecer o que o aluno lê e discutir sobre isso. "'O menino não tá lendo muito não, mas ele tá lendo na internet, o que ele tá lendo na internet?' A gente não se dá ao trabalho de fazer isso", explicou.

O encontro ocorreu na biblioteca Aventuras Literárias da EM Vinícius de Morais

Após as discussões, foram compartilhados, no encerramento do dia, projetos de leitura literária realizados nas escolas dos professores cursistas. Ao final, foi combinado que as ementas dos projetos serão enviadas para o professor Guilherme, para que sejam pensadas articulações entre esses projetos. 

O projeto

O Leituras em Conexão: Formação de articuladores de leitura das Escolas Municipais de Belo Horizonte é um projeto da Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Belo Horizonte desenvolvido em parceria com o Ceale.

A proposta surgiu a partir da percepção da necessidade de um melhor preparo dos professores para trabalharem com os livros disponíveis nas bibliotecas das escolas da rede pública. Com isso, a intenção é apoiar políticas públicas de incentivo à leitura, levando ao conhecimento dos educadores os projetos na literatura que estão em vigor e tudo o que o governo oferece em termos de material de apoio para o ensino literário, como as bibliotecas e acervos de livros.

O curso pretende abordar o planejamento de ações para incentivar a leitura nas bibliotecas escolares, o melhor aproveitamento dos acervos literários, além de oficinas de leitura, abordando fundamentação teórica e a prática também. Ao final do curso, os projetos desenvolvidos serão expostos em local público e compartilhados em redes.

Jogo Rápido

Algumas das trocas realizadas entre os professores no encontro.  

Um poema: 

"Poesia não compra sapatos. Mas como andar sem poesia?"

Uma atividade: 

'Assalto poético' — a professora ou bibliotecária escolhe alguns alunos e treina poesias com eles e elas. Depois, em um dia determinado, eles se espalham pela escola, param qualquer pessoa, falando "assalto poético!" e, então, declamam uma poesia.

Um livro:

"Literatura: leitores e leitura", de Marisa Lajolo.

Mais

Confira alguns dos textos literários lidos no encontro em nosso perfil do Soundcloud.