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O arcaico e o moderno na escola brasileira: um enfoque da sociolinguística educacional

Na escola brasileira hoje, entre muitos problemas, observa-se um impasse: ora verificamos a busca frenética da modernização pela inserção de artefatos tecnológicos na sala de aula, ora flagramos professores balizando suas práticas pedagógicas em paradigmas obsoletos. Por outro lado - e de longa data - pesquisas na área da sociolinguistica educacional empenham-se em melhorar o trabalho pedagógico de professores alfabetizadores/letradores, bem como daqueles que consolidam tal processo: os professores de Língua Portuguesa do ensino fundamental. No entanto, poucos desses subsídios parecem ser colhidos pela escola na contemporaneidade, o que se verifica nitidamente nas avaliações da qualidade de nossa escola ao ser confrontada com a de outras nações. Esta tese é resultado de uma pesquisa de natureza etnográfica, sociolinguisticamente orientada, cujo objetivo primeiro foi apenas compreender a dificuldade de a escola brasileira propiciar condições de alfabetização/letramento aos seus alunos ao longo do século XX. Trouxemos, pois, uma modesta reflexão interdisciplinar para somar-se tangencialmente à compreensão do projeto de modernidade republicana cujo êxito sempre esteve associado à universalização da escola popular, notadamente do ensinar a ler e a escrever. A alfabetização, pois, em nossa perspectiva de estudo, é compreendida como um dos signos mais expressivos da modernidade republicana, enfim, um ente a ser problematizado. Nesse sentido, empreendemos uma revisão da literatura historiográfica acerca do tema no período republicano, articulando essa pesquisa, que é predominantemente de base documental, a memoriais de ex-alunos alfabetizados/letrados em escolas públicas cariocas nas décadas de 30, 40, 50 e 60. Tais vozes são representativas para uma compreensão do problema de pesquisa, uma vez que colocam em relevo as marcas do que categorizamos como gerações jesuítica, iluminista, escolanovista e tecnicista ainda hoje presentes nas rotinas escolares e que exercem uma força contrária à chegada da geração sociointeracionista, o que pudemos compreender à luz da noção mannheimeana de geração, bem como do enfoque da sociolinguística educacional. Para consolidar nossas postulações, verificamos em doze meses de observação participante em uma escola situada em um município do entorno do Distrito Federal, a persistência de tais práticas obsoletas e contraproducentes, o que antagoniza nitidamente com as propostas pedagógicas sedimentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e dificulta a consolidação do processo de alfabetização/letramento de seus alunos.

Nome do Autor: Celina Cassal Joseti
Nome do Orientador: Stella Maris Bortonio-Ricardo
Instituição: Universidade de Brasília
Estado:Distrito Federal
Ano Publicação: 2009
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Tese de Doutorado
Área: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: JOSETI, Celina Cassal. O arcaico e o moderno na escola brasileira: um enfoque da sociolinguística educacional. 2009. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2009.