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O pacto nacional pela alfabetização na idade certa e a formação docente: entre saberes e fazeres

A dificuldade da escola em alfabetizar tem sido o maior problema da educação no Brasil. Devido ao fracasso crônico da alfabetização, o governo federal desde os anos 2000 tem investido na promoção de políticas públicas de formação docente, em particular no âmbito da alfabetização. As crianças da escola pública brasileira se alfabetizam tardiamente, por isso, a meta do Ministério da Educação é alfabetizar as crianças até os 8 anos de idade. Para atingir essa meta, foi criado o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), que é um conjunto de políticas públicas formuladas para melhorar a qualidade do Ensino Fundamental, dentre elas, a formação docente. Esta pesquisa investiga a eficácia dessa formação, busca-se saber o que de fato acontece na prática de professores alfabetizadores, quando estes passam por uma formação continuada sistemática. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os saberes docentes necessários para alfabetizar, observando em que medida a formação do Pnaic contribuiu, ou não, para a apropriação de metodologias de ensino do sistema de escrita alfabética, na perspectiva do alfabetizar letrando. Para atingir esse objetivo, foi realizado um estudo de caso desenvolvido com dois professores que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na rede municipal de Maceió. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: observações nas salas de aula; análise das atividades propostas pelos docentes; e entrevistas com os professores. Para compreender a origem e como são construídos os saberes docentes foram utilizados os conceitos defendidos por Tardif (2002, 2008) e Gauthier et al (2006). Quanto aos saberes específicos do campo da alfabetização foram utilizados os estudos postulados por Soares (2007, 2014, 2016), Ferreiro, Teberosky (1984), Mortatti (2006), Morais (2004, 2005, 2012). Os resultados desta pesquisa apontam que os professores têm saberes plurais e heterogêneos, decorrentes da formação inicial e continuada; e singulares, oriundos de suas histórias de vida e das experiências profissionais. Em relação aos saberes necessários para alfabetizar, os dois docentes hierarquizaram os mesmos saberes. Quanto aos métodos de alfabetização, ambos professores fazem uso de metodologias da tradição escolar aliadas a elementos teóricos inovadores, ou seja, adaptam diferentes estratégias didáticas para poder ajustá-las a realidade. Esses dados parecem apontar que os professores não são apenas reprodutores das teorias aprendidas na academia, mas são ativos em sua prática ao adaptarem as teorias no enfrentamento dos desafios cotidianos da sala de aula. Quanto aos saberes docentes apontados como apropriação da formação Pnaic, os docentes especificaram os mesmos saberes como mais significativos: a leitura deleite e a sequência didática. Em relação a como os docentes trabalham os diferentes eixos do ensino da Língua Portuguesa em suas rotinas de sala de aula, os resultados mostram que foi possível aproximar o trabalho desenvolvido pelos professores com os saberes adquiridos na formação do Pnaic. Os dados apontam ainda que, os docentes incorporaram em suas práticas cotidianas atividades que ajudam tanto na perspectiva da alfabetização como do letramento, que antes não estavam na rotina todo dia, ou que eram feitas esporadicamente, e que a formação do Pnaic favoreceu a introdução dessas práticas trazendo mais segurança teórica e didática.

Nome do Autor: Abda Alves Vieira de Silva
Nome do Orientador: Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Estado:Alagoas
Ano Publicação: 2018
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Tese de Doutorado
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: SILVA, Abda Alves Vieira de. O pacto nacional pela alfabetização na idade certa e a formação docente: entre saberes e fazeres. 2018. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal de Alagoas, Alagoas, 2018.