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Profissionalização da professora alfabetizadora na interface com a Socialização Profissional : o Programa Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa

Este trabalho propõe conhecer como professoras reagem frente à sugestão do PNAIC referente ao uso das sequências didáticas no ensino de Língua Portuguesa por meio dos gêneros textuais. O referencial teórico vale-se dos conceitos de habitus e campo de Pierre Bourdieu, uma vez que a hipótese inicial é a de que o PNAIC pode se constituir como um importante agente socializador, mas que precisa estar articulado à trajetória anterior das professoras para se converter em mudanças na prática pedagógica. Assim, o objetivo é analisar as especificidades do processo de formação continuada que envolve as professoras cursistas do PNAIC, mas também, procurar conhecer em que medida há a disposição dessas professoras em utilizarem ou não as sequências didáticas no ensino de Língua Portuguesa, por meio dos gêneros textuais, procedimento bastante estimulado durante essa formação. Os dados foram coletados por meio de observação e entrevista semiestruturada. Três professoras alfabetizadoras, cursistas do programa PNAIC, em 2013, foram acompanhadas. A partir do estudo sobre o processo de socialização ocorrido na família e na escola, buscou-se delinear o habitus escolar e o desenvolvimento profissional das referidas professoras, considerando-os como elementos importantes para a compreensão da organização de suas práticas alfabetizadoras. De posse dessas informações, foram investigadas as relações entre os conteúdos trabalhados a partir do Programa de Formação PNAIC, módulo de alfabetização, à luz da concepção do conceito de sequência didática dos autores Dolz e Schneuwly e a organização da prática pedagógica em sala de aula. As análises desenvolvidas até o presente momento indicam que o curso de formação continuada, PNAIC é um agente de socialização profissional e contribui para a (trans)formação da prática pedagógica por meio das sequências didáticas com os gêneros textuais, uma vez que parecem ter sido incorporadas pelas professoras alfabetizadoras, em certa medida. Duas professoras pesquisadas demonstraram maior apropriação e outra, uma apropriação menos densa. As diferenças relativas ao motivo das escolhas pela profissão, associadas a elementos da trajetória (como formação inicial e outros cursos de formação continuada) e, a atuação comprometida de uma pedagoga no âmbito escolar, parecem estar na origem dessa diferenciação entre as colaboradoras deste estudo. Nesse sentido, seus comportamentos quanto à organização pedagógica por meio das sequências didáticas, não podem ser deduzidos apenas por um ou outro fator. Há que se considerar que tais disposições para essas práticas estão associadas às relações estabelecidas com outras formações, às diferentes socializações e ao contexto em que ocorrem, o que confirmaria a possibilidade de mudança de disposições e até mesmo conflitos entre elas, confirmando a teoria de habitus híbrido de Setton, o qual compõe-se de disposições várias, com origem em muitas matrizes de cultura. Nessesentido, considera-se que as socializações que se estabelecem num determinado contexto poderão desencadear, perpetuar ou restringir certas práticas, principalmente se, os processos de socialização, dessas professoras forem amplos e diversificados.

Nome do Autor: Regiane Aparecida Maciel dos Santos
Nome do Orientador: Adriane Knoblauch
Instituição: Universidade Federal do Paraná
Estado:Paraná
Ano Publicação: 2016
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: SANTOS, Regiane Aparecida Maciel dos. Profissionalização da professora alfabetizadora na interface com a Socialização Profissional : o Programa Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa. 2016. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Paraná, Paraná, 2016.