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Aquisição da língua escrita nas camadas populares

O objetivo deste trabalho é caracterizar o cotidiano de classes da alfabetização, buscando entender como a criança pobre se apropria da língua escrita no contexto da escola pública. O universo da pesquisa referida compõe-se de duas escolas públicas: 1)"Severiano Sousa" e 2)"Miguel Rosa", situadas na zona norte de Teresina. A coleta de dados se deu a partir de observações em sala de aula e de entrevistas. A autora tenta resgatar tanto o sentido didático-pedagógico da prática escolar, nas primeiras séries do ensino fundamental, como o seu sentido político-social. Nesse contexto, a escrita é entendida como objeto sociocultural, portador de significações e valores, com diferentes usos e finalidades. Assim, a forma como a escola trabalha a língua escrita reflete a concepção de alfabetização presente em sua política e metodologia de ensino. Para os estudos centrados na perspectiva social, pautados na Sociolingüística, a escrita é resultado da produção sociocultural do homem. De modo geral, os professores que foram alvo deste estudo demonstraram grande preocupação com os aspectos metodológicos, acreditando que a utilização de um método adequado poderia garantir um rendimento satisfatório no processo de alfabetização. Além disso, o aprendizado da língua escrita é visto como decorrente da atividade repetitiva de codificação ou decodificação de símbolos gráficos. Nas duas escolas, o ponto de partida para o início do trabalho com a língua escrita foi o mesmo: atividades para treino de coordenação motora. Outra semelhança está na supremacia da reprodução em detrimento da produção espontânea da criança. As escolas trabalhavam com o mesmo material de leitura: a Cartilha Alfabetização e Parceria. Em síntese, foi possível observar, também, a preocupação das instituições escolares no sentido de cumprir as exigências de um plano de curso. Na análise das práticas alfabetizadoras, desenvolvidas nas escolas, considerou-se importante uma caracterização da clientela, destacando aspectos como nível sócio-econômico familiar, grau de instrução dos pais, faixa etária dos alunos, experiências das crianças com a escrita e interesse do aluno pela escola. A inclusão destes aspectos decorre da visão de mundo que a escola repassa através da atividade de sala de aula. Concluiu-se, nesta pesquisa, que a escola possui suas explicações acerca do fracasso de alfabetização de crianças de classe popular. Há o entendimento de que a criança fracassa por ser desinteressada ou por falta de compromisso familiar. A prática escolar, em especial, não é questionada. Buscam-se somente fora do contexto da escola as justificativas para esse problema.

Nome do Autor: Antonia Edna Brito
Nome do Orientador: Catarina de Sena Sirqueira Mendes da Costa
Instituição: Universidade Federal do Piauí
Estado:Piauí
Ano Publicação: 1997
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: BRITO, Antonia Edna. Aquisição da língua escrita nas camadas populares. 1997. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Piauí, Piauí, 1997.