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Análise da prática cotidiana de uma professora do terceiro ano que tem alunos com hipóteses diferentes sobre o SEA: suas fabricações e seus saberes

Esta pesquisa buscou investigar as práticas de ensino de uma professora do 3º ano do ciclo de alfabetização, com o objetivo de conhecer as suas fabricações e os saberes por ela mobilizados no ensino do sistema de escrita alfabética (SEA) aos seus alunos que possuíam diferentes hipóteses sobre o funcionamento da língua escrita. Acompanhamos seu cotidiano escolar com o olhar: na rotina da sala de aula; nos recursos didáticos e nas atividades usadas para alfabetizar. Buscamos entender também o que pensava a professora sobre as atividades que desenvolvia e como fabricava o seu cotidiano. As hipóteses de escrita dos alunos foram acompanhadas por meio de duas diagnoses para observar os avanços por eles obtidos. Fundamentamos a pesquisa nos estudos de: Ferreiro, 2001; Soares, 2016; Morais, 2012); (Tardif, 2004; Gauthier, 2006; Chartier, 2007; Morais, Albuquerque e Ferreira, 1998; Cruz, 2012). Do ponto de vista teórico-metodológico, nos apoiamos na abordagem qualitativa da pesquisa, com base nos estudos do cotidiano de Michel de Certeau (1996). Também, fizemos uso de alguns elementos do instrumento da Auto Confrontação Simples, construídos por Yves Clot (2006). Escolhemos uma escola localizada no município de Olinda/PE. Selecionamos a professora a partir do perfil dos seus alunos, os quais possuíam diferentes conhecimentos em relação ao Sistema de Escrita Alfabética (SEA). A coleta dos dados compreendeu cinco fases distintas: 1) entrevista inicial semi-estruturada com a professora; 2) aplicação de um ditado na turma para identificar as hipóteses de escrita das crianças; 3) observações das aulas; 4) realização de minientrevistas com a docente, adaptando o instrumento de Auto Confrontação Simples; e 5) No final da pesquisa, realizamos outro ditado, a fim de verificar os avanços das hipóteses de escrita dos alunos. Os resultados apontaram: em relação à rotina, a professora preocupou-se em estabelecer uma organização diária, onde cada atividade era realizada em um mesmo horário, todos os dias. Com relação às atividades de apropriação da escrita, realizou muitas atividades importantes de apropriação do (SEA), como: exploração de rimas, aliterações, decomposição e composição de palavras, reflexão sobre a escrita e o som das palavras (consciência fonológica). No seu trabalho, a maior parte do tempo, estava voltado para que as crianças refletissem sobre os princípios do SEA, para que escrevessem sozinhas, planejassem a escrita de textos e compreendessem os seus usos e funções. Em relação aos recursos didáticos, a docente diversificava o uso de recursos, o que estimulava os alunos a participarem das atividades com mais interesse e entusiasmo. Através da realização de entrevistas, com base na Auto Confrontação Simples, a docente fez reflexões importantes sobre sua prática. Revelou as suas escolhas, sobre “o que fez”, “o que pretendia fazer” e o que “se negou a fazer”. Por meio da diagnose final, verificamos que houve avanços significativos nos conhecimentos dos estudantes. E ela conseguiu alcançar seu objetivo utilizando-se de diferentes “táticas”, evidenciando assim, os diversos saberes que foram retraduzidos em um estilo pessoal de ensino que se expressou em um “saber ser” e um saber-fazer validado pelo seu trabalho cotidiano.

Nome do Autor: Maiara Cavalcanti Barbosa do Nascimento
Nome do Orientador: Andréa Tereza Brito Ferreira
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Estado:Pernambuco
Ano Publicação: 2017
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: NASCIMENTO, Maiara Cavalcanti Barbosa do. Análise da prática cotidiana de uma professora do terceiro ano que tem alunos com hipóteses diferentes sobre o SEA: suas fabricações e seus saberes. 2017. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2017.