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Rastros e vestígios das práticas de produção do professor alfabetizador: uma história a ser considerada na formação continuada

Esta dissertação foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional na linha de pesquisa Gestão Pedagógicas e Contextos Educativos. Como tema tem as práticas de produção do professor alfabetizador. A pesquisa, inspirada nos estudos pós-estruturalistas, especialmente nos estudos foucaultianos, opera com a noção-ferramenta da governamentalidade para desenvolver um exercício de produção e análise de uma materialidade construída a partir dos materiais selecionados. Metodologicamente, buscou-se cartografar rastros de onde foi possível visualizar, na produção científica e na legislação brasileira, movimentos históricos em que os discursos, como práticas, inventam uma posição-sujeito nomeada como professor alfabetizador. Esta cartografia possibilitou a delimitação do problema de investigação: Como emergem no Brasil as práticas de produção do professor alfabetizador e o que seria potente saber quando se é formadora de professores alfabetizadores nos programas de formação continuada? Para tanto, o objetivo geral: implicar a formação continuada de professores alfabetizadores a uma análise das práticas de produção do professor alfabetizador no Brasil. E, os objetivos específicos: fazer ver alguns rastros em pesquisas acadêmicas e em atos regulatórios do Estado a proliferação discursiva das práticas de produção do professor alfabetizador; compreender como os programas de formação continuada atuam como práticas de produção do professor alfabetizador na governamentalidade neoliberal; e apontar algumas outras estratégias de condução na formação do professor alfabetizador. Ao dar visibilidade aos rastros encontrados na produção científica e na legislação, fabricou-se alguns vestígios: um certo silenciamento na legislação sobre o professor alfabetizador entre a década de 1980 e 1990; e a formação continuada como um lugar de produção do professor alfabetizador. Na análise do primeiro vestígio, a partir dos materiais – anais dos seminários de alfabetização; legislação do Ciclo Básico de Alfabetização; revistas da Nova Escola; Parâmetros Curriculares Nacionais; e os Referenciais para a Formação de Professores – foi possível dizer que a produção do professor alfabetizador é uma das estratégias mobilizadas que se vinculam à ordem do governamento e da condução dos professores dentro de uma racionalidade que pretende incluir todos e gerenciar riscos. No segundo vestígio, analisou-se os programas de formação continuada do professor alfabetizador – Parâmetros Curriculares em Ação, Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, Pró-Letramento e Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – como movimentos de captura e territórios de confinamento, onde o docente é produzido e se produz dentro da governamentalidade neoliberal como um professor economicamente produtivo e politicamente útil: o professor alfabetizador.

Nome do Autor: Patrícia Luciene de Albuquerque Bragamonte
Nome do Orientador: Leandra Bôer Possa
Instituição: Universidade Federal de Santa Maria
Estado:Rio Grande do Sul
Ano Publicação: 2017
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico:
Assunto:
Referência: BRAGAMONTE, Patrícia Luciene de Albuquerque. Rastros e vestígios das práticas de produção do professor alfabetizador: uma história a ser considerada na formação continuada. 2017. Selecione tipo de trabalho... (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2017.