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“Ninguém nasce alfabetizadora, aprende-se a ser”: processo de aprendizagem de alfabetizadoras em proposta pós-construtivista

Esta tese tem como objetivo geral analisar o processo de aprendizagem de alfabetizadoras em proposta didático-pedagógica Pós-construtivista no Distrito Federal (DF). Diante de algumas observações enquanto formadora de professores, destacamos a dificuldade de permanência nos projetos de alfabetização em proposta Pósconstrutivista. Uma reação que contrapõe numerosas falas que fazem referência à excelência dessa formação e do trabalho. Diante dessa problemática, surge nosso questionamento: como se aprende a ser alfabetizadora Pós-construtivista? Como se dá esse processo de aprendizagem para melhor pensar a formação profissional nessa proposta? Esse estudo demandou decisões que foram tecidas ao longo de leituras e da experiência no Estágio Doutoral. Uma ação ousada pelo seu caráter multidisciplinar de atravessar e ser atravessada por outros saberes, transgredindo os limites da disciplina como os ensina Figueiredo. Para tanto, caracterizamos os fundamentos do Pósconstrutivismo que consideram o processo de aprender resultante da interação entre o aprendente, a realidade e os outros, como ainda agrega o nosso Outro. Essa compreensão se articula a partir das ideias de Wallon, para quem somos geneticamente social; de Vigotski, cujo pensamento defende que aprendemos em uma relação interpessoal e intrapessoal; Vergnaud, para quem aprender é conceitualizar; Pain que defende a função da ignorância no aprender. Do ponto de vista metodológico, optamos por uma pesquisa qualitativa cujos dados foram coletados por meio de entrevistas não estruturadas, a partir da história de vida de quatro alfabetizadoras que trabalham há mais de três anos com a proposta Pós-construtivista; de observação participante em duas dessas salas de aula e no Grupo Semanal de Estudos do qual todas participavam; da autoconfrontação simples e em grupo; e da análise documental. Os resultados foram organizados e analisados com base na teoria interpretativa de Geertz e no quadro de análise multidirecional de Rogoff, sustentado nos níveis institucional, interindividual e intraindividual, articulados com a análise da atividade presente na Didática Profissional. Com esse olhar multidisciplinar e articulado, diante da complexidade do objeto de pesquisa: a aprendizagem de alfabetizadora em proposta Pós-construtivista, constatamos um aprender a ser alfabetizadora que tem origem no interior da família, que se torna uma escolha por questões socioculturais, econômica e de cunho feminino. Que se torna uma opção consciente no encontro com o Pós-construtivismo, pelo caráter de profissionalização e cientificidade que oportuniza o empoderamento. As narrativas e ações expressam ainda uma FormAção em rede junto a Escola de Pensamento Geempa que envolve uma Comunidade Científica Internacional, os pares e a sala de aula, fundamentada em um corpus teórico que se articula na, pela e para a prática. Revelando um processo que demanda mais situações e dispositivos didáticos, como a autoconfrontação, que toquem seu universo nesse processo de mudança e contínua desconstrução de uma cultura educacional convencional.

Nome do Autor: Nair Cristina da Silva Tuboiti
Nome do Orientador: Lêda Gonçalves de Freitas
Instituição: Universidade Católica de Brasília
Estado:Distrito Federal
Ano Publicação: 2018
Curso: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Grau do Trabalho: Tese de Doutorado
Área: Psicologia
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico:
Assunto:
Referência: TUBOITI, Nair Cristina da Silva. “Ninguém nasce alfabetizadora, aprende-se a ser”: processo de aprendizagem de alfabetizadoras em proposta pós-construtivista. 2018. Tese de Doutorado (Doutorado) - Universidade Católica de Brasília, Distrito Federal, 2018.