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Formação para alfabetizar: lições de professoras que aprenderam

O presente trabalho de pesquisa tem como temática central a formação de alfabetizadores (profissionais responsáveis pelo trabalho com a aprendizagem inicial do sistema de escrita alfabético ortográfico-SEAO). Embora seja notório que, para se garantir a cidadania, não basta ser alfabetizado, aprender e praticar socialmente a leitura e a escrita é uma condição essencial para o acesso pleno à cidadania. Denota-se, desta configuração, a complexidade e importância da formação para alfabetizar, bem como a relevância e justificativa para a realização de pesquisas sobre a temática. O objetivo geral da pesquisa foi compreender como alfabetizadores que apresentam um trabalho considerado bem-sucedido aprenderam a fazer o que fazem tão bem. Para tanto, foi lapidada a seguinte questão: ?De que forma(s) alfabetizadores com atuações reconhecidas como bem-sucedidas aprenderam a alfabetizar de modo efetivo, garantindo que, se não todos, a maioria de seus alunos tivessem êxito no processo de aprendizagem inicial do Sistema de Escrita Alfabético Ortográfico (SEAO)? A Escolha dos colaboradores da pesquisa se deu a partir da indicação de diferentes fontes, tais como profissionais de renome da área, pesquisadores do processo de alfabetização, nomes que emergem na literatura e em eventos de formação e divulgação de pesquisas, entre outras. O trabalho de campo pautou-se nos constructos da ?Entrevista Compreensiva? de Kaufmann (2013), a partir de abordagem qualitativa de cunho histórico-cultural. Dialogamos com 18 alfabetizadoras efetivas e cinco pesquisadoras experientes na área da alfabetização e formação docente, norteadas por uma grade de entrevistas flexíveis semiestruturadas. Contamos também, ao longo do processo, com apoios dialógicos bastante significativos. Visitamos dois Programas de Rede que envolvem trabalhos relacionados à formação de professores para alfabetizar. Para análise dos achados, foram construídos, com base nos estudos de Aguiar (2005) e Aguiar e Ozella (2006), cinco núcleos de significação: Disparadores do processo evolutivo de constituição da identidade docente; Processos de formação docente formal (Acadêmica) e desenvolvimento profissional; A atuação docente e a construção de saberes; A despeito das dificuldades, a paixão: motivação para continuar e buscar o desenvolvimento profissional permanente e, por fim, Caminhos possíveis. Para a compreensão e análise dos núcleos em direção à questão proposta, fundamentamo-nos nos constructos teóricos de autores como: C. Dubar, Bondía, Menga Lüdke, C. Marcelo, Clermont Gauthier, Antônio Nóvoa, Maurice Tardif, Paulo Freire, Bernardete Gatti, Magda Soares, Isabel Frade, Luiz Carlos Cagliari, entre outros. Os achados, analisados em profundidade, confirmam a dinamicidade e complexidade do processo de formação do alfabetizador e da aquisição dos saberes para alfabetizar de forma eficiente, bem como sinalizam caminhos, mesmo que modestos, possíveis para que esta venha a ser mais efetiva. Apontam para a formação multifacetada destes profissionais que, motivados por diferentes atividades e relações sociais, alcançam maior autonomia em seu processo de formação, empenhando-se ativamente em seu desenvolvimento profissional permanente. As considerações possibilitam pensar a importância de uma formação inicial sólida, com conhecimentos específicos relativos ao processo inicial de aprendizagem do SEAO escrita.

Nome do Autor: Rita de Cássia Barros de Freitas Araújo
Nome do Orientador: Menga Ludke
Instituição: Universidade Católica de Petrópolis
Estado:Rio de Janeiro
Ano Publicação: 2017
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Tese de Doutorado
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: ARAÚJO, Rita de Cássia Barros de Freitas. Formação para alfabetizar: lições de professoras que aprenderam. 2017. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Católica de Petrópolis, Rio de Janeiro, 2017.