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Reorganização Dos Ciclos De Aprendizagem: Ampliação De Oportunidades Para Os Alunos? Estudo Em Uma Escola Municipal De São Paulo

Esta pesquisa teve por objetivo verificar como a reorganização dos ciclos de aprendizagem, ocorrida na rede das escolas públicas municipais de São Paulo em 2013, vem atendendo à finalidade da proposta que estabeleceu como meta alfabetizar todos os alunos até o final do ciclo de alfabetização. Essa reorganização reintroduziu a possibilidade de reter a criança no 3º ano do Ciclo de Alfabetização sob o argumento de que se trata, nesse caso, de “oportunidade de revisão e amadurecimento”. Assim, tomamos como objeto de estudo uma escola municipal para identificar as orientações do trabalho pedagógico realizado e suas relações com a reorganização dos ciclos e a possibilidade de retenção. Focamos nosso estudo no Ciclo de Alfabetização, particularmente no 3º ano, momento final desse ciclo em que o aluno pode ser promovido para o ciclo seguinte ou ficar retido, no caso de não ter alcançado o desempenho previsto. Durante a pesquisa, observamos reuniões pedagógicas, de conselho de classe e de horário de formação coletiva, como também realizamos entrevistas com a equipe gestora e com professoras do 3ºano e de classes de recuperação. Examinamos, ainda, documentos institucionais como o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Projeto Especial de Ação (PEA), com diretrizes para a formação em horário coletivo, documentos oficiais pertinentes à pesquisa e materiais de apoio ao trabalho do professor. Os dados produzidos foram categorizados, segundo Bardin (2011), e os resultados mostraram que, naquele contexto escolar, foi bem-vinda a possibilidade, garantida pela reforma, de as professoras poderem reprovar as crianças que julgam não terem alcançado os objetivos previstos no ciclo. As participantes da pesquisa querem contar com esse instrumento, no entanto, há um esforço para que a oportunidade de revisão aconteça no próprio ciclo e elas evitam a reprovação sob o argumento de que é possível computar avanços na aprendizagem das crianças, mesmo que elas não tenham atingido plenamente os objetivos. Essa aceitação da ideia de progressão parece decorrer de convicções sobre a importância de que o processo educacional seja contínuo e respeite o que foi conseguido em termos de aprendizagem pelos alunos. O que se questiona, no entanto, a partir do trabalho desenvolvido com as crianças, é se se trata de aprendizagem ou se, efetivamente, o que está sendo garantido é o bom (aceitável) desempenho. Aprendizagem e desempenho podem não coincidir.

Nome do Autor: Sandra Gomes Dumont Defendi
Nome do Orientador: Regina Candida Ellero Gualtieri
Instituição: Universidade Federal de São Paulo
Estado:São Paulo
Ano Publicação: 2017
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: DEFENDI, Sandra Gomes Dumont. Reorganização Dos Ciclos De Aprendizagem: Ampliação De Oportunidades Para Os Alunos? Estudo Em Uma Escola Municipal De São Paulo. 2017. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2017.