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A função social da escrita, o saber da criança, o fazer da escola

Este estudo objetivou conhecer e compreender as concepções de crianças de periferia urbana acerca da língua escrita, relacionando as idéias dessas crianças sobre a função social da escrita nos anos iniciais de sua vida escolar e as formas como tais idéias são concebidas e tratadas pela escola nas atividades curriculares que conduzem o processo de alfabetização. Esse objetivo geral é desmembrado em vários outros específicos: levantar, junto a um grupo de crianças de uma escola de periferia, as idéias que têm em relação à funcionalidade do código escrito; relacionar essas concepções com suas vivências cotidianas; levantar, junto aos professores e em atividades em sala de aula, a forma como é conduzido o processo de alfabetização; e caracterizar o tipo de relação existente entre as concepções infantis e escolares. Para tanto, promoveu-se um estudo de caso, tomando como objetos de estudo a única classe de pré-escola e as três turmas de 1ª série de uma escola da rede pública, situada numa região periférica. Para que o universo se tornasse mais representativo, as crianças foram selecionadas aleatoriamente através de sorteio, constituindo-se uma amostra que correspondia a 20% da população que freqüentava a escola diariamente. De cada turma, foram selecionadas 7 crianças, perfazendo um total de 28 sujeitos - 14 meninos e 14 meninas, com idade entre 6 a 12 anos. Também fizeram parte dessa amostra, as professoras de todas as turmas envolvidas. Para obtenção sistemática dos dados, realizaram-se entrevistas individuais com as crianças e professores, observações periódicas nas salas de aula e em situações extra-classe e análises de alguns documentos da prática da sala de aula (planos de trabalho, cópias de atividades mimeografadas, cadernos das crianças e cartilhas). Colhido o material, procedeu-se à análise e categorização das informações obtidas. O estudo revelou que as crianças tinham idéias e conceitos acerca das funções sociais da escrita, a partir de suas experiências prévias. Entretanto, constatou-se que esses conceitos e experiências eram negados pela escola. Para as professoras entrevistadas, as crianças não tinham nenhuma possibilidade de contato com a leitura e escrita no ambiente onde viviam, por serem pobres e desmotivadas. Para a autora, é contraditório o fato de que a escola deve propiciar a socialização do conhecimento socialmente construído em meio à desconsideração do potencial das crianças sobre esse conhecimento. Dessa forma, concorda que o caminho através do qual o aprendizado se transforma, passa por vários elementos, dentre eles, a mudança de mentalidade e postura do professor.

Nome do Autor: Denise Maria de Carvalho
Nome do Orientador: Neide Varela Santiago
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Estado:Rio Grande do Norte
Ano Publicação: 1990
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: CARVALHO, Denise Maria de. A função social da escrita, o saber da criança, o fazer da escola. 1990. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Norte, 1990.