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A construção do conhecimento na produção de textos: narrativas de ações
A pesquisa tem por objetivo a construção do conhecimento da convenção e do uso da língua escrita, através da produção de textos. Para realização deste estudo, buscou-se a contribuição na epistemologia genética e na lingüística. Foram analisados textos de alfabetizandos de 1a à 4a série do I grau, de uma escola de periferia urbana (escola estadual de 1o grau incompleto, de Novo Hamburgo). O corpus da pesquisa é composto em média, de 6 textos de cada um dos dez alfabetizandos de cada série. Alguns mecanismos de coesão, coerência, variação vocabular e grafia, foram objeto de estudo para compreendermos a estruturação lingüística das narrativas em questão. Na proposta pedagógica que foi organizada neta pesquisa, desafiou-se o alfabetizando a agir sobre as letras, no intuito de conhecer o alfabeto, e em seguida, sua utilização. O processo da alfabetização se organiza no uso da linguagem. O indivíduo enquanto se constituiu em um social, está constituindo seu conhecimento da língua. Os alfabetizandos, no decorrer da 1a à 4a série, constróem o conhecimento de que escrever é diferente do que falar. A autora define então, 6 funções para a linguagem: referencial; fática; poética; metalinguística; expressiva e conativa. A produção escrita de narrativas de ações é um exercício de organização da linguagem e do pensamento. A contextualização irá aparecer à medida que os alfabetizandos constróem a capacidade de uso de uma linguagem mais elaborada. Identifica-se pela atitude dos alfabetizandos, que o texto, um sistema de signos, é uma totalidade que não consiste de coisas mas de relações, o que implica em uma relação concomitante no ato da construção da linguagem e do pensamento. Escrever, acertadamente, requer um fazer e um compreender simultâneos. A interdisciplinaridade integra a proposta pedagógica onde a fragmentação do conhecimento inexiste: o conhecimento se constrói na interação em que se coordenam reflexões e ações nas diferentes áreas. O processo de constituição é único. Ler o texto produzido é uma ação que deve fazer parte do processo de construção da escrita. É necessário que o alfabetizando se conscientize de que saber produzir um texto é ter respeitado seu direito de construir conhecimento. Conclui-se que a proposta de narrativas de ações dos alfabetizandos é um exercício que contribui para a construção da capacidade de reversibilidade do pensamento, porque requer a reconstituição da ação anterior; é um exercício de reconstituição do pensamento, pelo processo de inversão. Logo, é uma iniciativa bem sucedida.
Nome do Autor: Cristina Maria de OliveiraNome do Orientador: Fernando Becker
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Estado:Rio Grande do Sul
Ano Publicação: 1993
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: OLIVEIRA, Cristina Maria de. A construção do conhecimento na produção de textos: narrativas de ações. 1993. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 1993.