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Consciência metalinguística: um modelo teórico em questão.
ORIENTADORES: Antonio Roazzi e Alina Galvão Spinillo
Bialystok (1985a, 1986b, 1988) propõe um modelo teórico na tentativa de solucionar questões referentes a dificuldade na definição das habilidades metalinguísticas. Para ela, a habilidde metalinguística sera um reflexo do desenvolvimento de duas habilidades cognitivas mais amplas: a análise do conhecimento linguístico e o controle dos processamentos linguísticos. No estudo de 1986b os resultados obtidos confirmaram as suas hipóteses. No seu estudo de 1988 os resultados foram inconclusivos. Este modelo foi criticado por Menuyk (1985) por reduzir a consciência metalinguística a apenas duas dimensões. Pontecorvo, Orsoline e Zucchermaglio (1989), realizaram um estudo com crianças italianas confirmando o modelo teórico, e acrescentaram dados qualitativos sobre o desenvolvimento destas habilidades. os estudos acima citados possuem pontos que necessitariam ser melhores esclarecidos: o estudo de Bialystok (1986b) não oferece dados qualitativos sobre as duas habilidades; no entanto de POntecorvo et al (1989) houve diferença metodológica em relação ao estudo de Bialystok. Para esclarecer estas questões e investigar se este modelo teórico se confirmaria com crianças brasileiras, foram avaliadas um total de 60 crianças da segunda, terceira e quarta séries de uma escola da Rede Particular de Ensino. As crianças foram submetidas à duas tarefas de julgamento de gramaticalidade; na primeira, semelhante a de Bialystok (1986b), foi incluído o pedido de justificativa para fornecer dados qualitativos acerca dos julgamentos; a segunda semelhante a de Pontecorvo et al. (1989), houve uma modificação nas instruções para que os julgamentos fossem realizados da mesma forma que na tarefa de Bialystok (1986b). Os resultados obtidos no primeiro tipode julgamento não confirmaram os de Bialystok (1986b), apenas a variável tipo de frase teve influência no julgamento das crianças; era esperado que as variáveis série e idade também influenciassem; no segundo tipo de julgamento foi observado todas as influências esperadas; porém esta tarefa foi esperada na situação de leitura, diferindo da anterior, esse fator poderia ser um dos responsáveis pela diferença nos resultados. A análise das justificativas nas duas tarefas mostrou que o tipo de frase foi determinante do tipo de justificativa apresntada. Nas frases onde havia violação gramatical, mesmo com a semântica distorcida, as crianças de todas as séries apresentavam justificativas relacionadas aos aspectos sintáticos; nas frases onde a gramática estava correta as crianças apresentavam justificativas ligadas ao conteúdo. Apesar desta tendência, as crianças da segunda série apresentaram mais justificativas ligadas ao conteúdo do que as da terceira e quarta série; esse último grupo apresentou mais justificativas ligadas aso aspectos sintáticos. Os resultados obtidos nas duas tarefas nos levaram a concluir que os aspectos sintáticos se encontravam explicitamente representados para as crianças da quarta série (habilidade de análise do conhecimento linguístico); enquanto que a habilidade de controle do processamento linguístico ainda não se encontrava bem desenvolvida para as três séries, o que foi observado pelas dificuldade no julgamento das frases onde a gramática estava correta e semântica estava anômala.
Nome do Autor: RIBEIRO, Fátima Lúcia SoaresNome do Orientador: Antonio Roazzi
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco
Estado:
Ano Publicação: 1994
Curso: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Psicologia
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico:
Assunto:
Referência:
RIBEIRO, Fátima Lúcia Soares. Consciência metalinguística: um modelo teórico em questão. Recife: PG em Psicologia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, 1994. (Dissertação de Mestrado).