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A função social da lingua escrita : um dialogo com criancas de alfabetização
Esta pesquisa teve por objetivo promover a inserção do trabalho de alfabetização, em particular, à função social da língua escrita para as crianças, focalizando questões relativas ao uso desta. O cenário da pesquisa foi uma turma X do CIEP de Ipanema (RJ) , considerado uma Escola de Demonstração (ou seja, criado com a intenção de ser um centro de acompanhamento e avaliação da proposta pedagógica criada pela equipe da Secretaria de Ciência e Cultura do Rio de Janeiro, criada em 1983) , durante o ano letivo de 1990. Os instrumentos para a coleta de dados no campo foram: a observação, as entrevistas e a análise documental (O livro dos CIEPs). A turma selecionada era composta por 28 crianças na idade média de 8 anos, provindas das favelas vizinhas da escola. Sabendo que as instituições escolares não podem mudar os mecanismos de estratificação da nossa sociedade, e para que a alfabetização não seja apenas um mapeamento das diferenças sociais, é preciso considerar as peculiaridades psicológicas e socioculturais de cada alfabetizando. É preciso distinguir os usos da função da língua oral, uma vez que estes estão ligados ao que se pode fazer com este código no discurso informal, o que dá uma margem imponderável de possibilidades de emprego ; já a função da língua escrita é restringida pela margem de significação cultural que seus usos encontram num determinado contexto social. Assim, esse trabalho traz uma sugestão para quem quer seguir o caminho da transformação da escola pública brasileira , numa escola que saiba trabalhar com educação das classes populares. A escola deve ser vista como local onde as diferenças devem ser dissipadas não pela sua negação, mas pelo trabalho pedagógico com e a partir delas. Na tentativa de manter o modelo tradicional de ensino, a questão básica - para que serva ler e escrever - fica sem reposta para as crianças das classes desprivilegiadas da sociedade. A língua escrita tem uma função social e por isso é uma linguagem. É uma forma de comunicação. Tem um sentido que ultrapassa o texto e remete à vida pessoal de quem lê e escreve. Conclui-se então, que o desafio da alfabetização é a tansmissão/aproriação da norma padrão, sem pretender esconder ou suprimir as variedades lingüísticas existentes devido à complexidade da nossa sociedade.
Nome do Autor: Claudia PimentelNome do Orientador: Maria Aparecida Mamede Neves
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Estado:Rio de Janeiro
Ano Publicação: 1992
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: PIMENTEL, Claudia. A função social da lingua escrita : um dialogo com criancas de alfabetização. 1992. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1992.