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Como as famílias compreendem o insucesso escolar de seus filhos.
Este trabalho teve por objetivo, entrevistar famílias das camadas populares cujos os filhos são considerados multi-repetentes das séries iniciais da rede pública estadual de São Paulo. A pesquisa realizou-se na EEPG Prof. Olindo de Oliveira. Como metodologia adotada optou-se por entrevistas semi-estruturadas, questionários, anotações de conversas informais com a comunidade e fotos. Entendendo a educação como um processo que se inicia na família e procurando explicações para uma situação inaceitável e caótica, a autora teve a idéia de buscar respostas além dos muros da escola. Afinal, é na aprendizagem que se dá no contexto familiar que a criança internaliza padrões de comportamento, normas e valores de sua realidade social, decorrentes de sua condição de classe. Levando-se em conta que o processo de socialização que a escola toma a seu cargo, na realidade, já começou na família, pretendeu-se desocultar o insucesso escolar como produto das más condições sócio-econômicas de famílias carentes, desestruturadas ou incapazes de proporcionar um ambiente adequado à educação de seus filhos. Esta desocultação ocorre na medida que se dá voz às famílias desses alunos, com o intuito de compreender como elas pensam e sentem este processo, contribuindo assim, para repensar a articulação família/escola. Os dados colhidos neste estudo foram organizados em unidades de significado e, a partir de então, nas seguintes categorias: a imigração das famílias; cidade grande- um sonho?; a organização do cotidiano das famílias; a família busca a escola?; relação da família com a escola e; a compreensão da família sobre a multi-repetência. Se por um lado, as oportunidades de educação expandiram-se, atingindo uma população antes excluída, das camadas populares, por outro, a expansão numérica não correspondeu a uma readequação com o objetivo de bem receber uma população diferenciada e não acostumada a freqüentar os bancos escolares. Assim, as explicações para as dificuldades de aprendizagem e do número crescente de retenções são encontradas em diferentes instâncias do processo educativo: na política e legislação educacional, na situação do professorado e também nas relações escola/sociedade de classes. Enfim, pode-se concluir que o ensino público que deveria ser um mecanismo de mobilidade social e correção das desigualdades, tornou-se ele próprio perpetuador da iniqüidade e do privilégio.
Nome do Autor: Dalva de Paula MolnarNome do Orientador: Heloísa Szymanski Ribeiro Gomes
Instituição: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Estado:São Paulo
Ano Publicação: 1996
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: MOLNAR, Dalva de Paula. Como as famílias compreendem o insucesso escolar de seus filhos. 1996. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1996.