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Razão-emocão na linguagem do pré-escolar: implicações no processo da alfabetização.

O objetivo desta dissertação é compreender o sentido e estabelecer o lugar ocupado pela fala da criança no processo de construção de uma realidade pré-escolar, a fim de promover um conhecimento-afetivo. Foram observadas duas classes de pré-escola da cidade de Salvador/BA, no ano de 1993. A metodologia utilizada foi entrevistas com professoras, alunos, mães de alunos, além de cadernos de anotações de sala de aula, fichas dos alunos e arquivos das escolas. A linguagem-fala das crianças pode ser compreendida como um conhecimento-afetivo que as crianças têm deste espaço-tempo da sala de aula. Um conhecimento das relações de poder visto sob o que se pode e não se pode fazer e as conseqüências em fazer o que não é permitido,mas, acima de tudo, um conhecimento sobre si mesmo, sobre sua vida, suas limitações, seus feitos e realizações, sua função de aprendiz do mundo. Neste sentido, recortou-se do material coletado três situações desta linguagem-fala: a linguagem institucionalizada a linguagem instituída e a linguagem instuinte. O sentido da linguagem-fala exige um contexto, sem o qual a fala descaracteriza-se. Falando, contando, desenhando, fazendo mural, registrando no caderno, a professora promove a interação da criança com várias linguagens, a partir de um tema selecionado. E neste sentido, é a linguagem a característica mais discriminatória entre crianças e professoras. Além disso, evidencia-se que a fala da criança pouco contribui para o ensino da pré-escola, a não ser que tal fala seja moldada. Escutar a criança em sala de aula exige do adulto uma posição de ampla flexibilidade de raciocínios e uma profunda sensibilidade para com os sujeitos que constituem uma instituição como a pré-escola. É no processo interativo que as crianças constroem sua subjetividade, experimentando ora o sentimento de obediência, ora a força de comando. Outro ponto relevante nesta gama de preocupações é o papel do dever, pois este é a garantia da educação que a escola oferece à família. As mães entrevistadas gostam do tipo de ensino revelado pelo fazer dever em casa. Nesta dissertação, o que há de notável é esta forma de conceber a alfabetização como processo relacionado à necessidade do jogo das várias linguagens da sala de aula, e não às metodologias e conceituações já elaboradas sobre alfabetização. Pode-se concluir que o processo de alfabetização é algo que pode expandir-se pelo tempo afora. Compõe-se,portanto, de uma tríade QUERER/PODER/FAZER, presente na relação entre sujeitos que, num espaço e num tempo previamente estabelecidos, se dispõem a jogar com as linguagens, palavras, gestos, falas...

Nome do Autor: Maria Nazareth Sciam Bastos
Nome do Orientador: Erimita Cunha de Miranda Motta
Instituição: Universidade Federal da Bahia
Estado:Bahia
Ano Publicação: 1995
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: BASTOS, Maria Nazareth Sciam. Razão-emocão na linguagem do pré-escolar: implicações no processo da alfabetização. 1995. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal da Bahia, Bahia, 1995.