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Relacao entre o disturbio articulatorio e a aquisicao da escrita.

O estudo teve como objetivo, investigar a relação entre o distúrbio articulatório, atuando como uma forma desviante na comunicação oral, e a aquisição da escrita, no início da escolarização da criança. A amostra foi constituída por 52 crianças, sendo 21 do sexo feminino e 31 do sexo masculino, com idades entre 6 anos e 7 meses e 8 anos e 9 meses. Todas apresentando na fala, alterações articulatórias e freqüentavam pala primeira vez, classes do Ciclo Básico Iniciante. Para a localização dessas crianças, foram escolhidas 12 escolas do primeiro grau da Rede Estadual de Ensino da cidade de Marília, cujos critérios de escolha foram: a) ter classes de ciclo básico e b) a aprovação da realização da pesquisa, pelos dirigentes da escola e professores. Estas crianças passaram por uma triagem fonoaudiológica, para identificar aqueles que eram portadores de alguma alteração articulatória. A triagem fonoaudiológica foi realizada pela pesquisadora com a ajuda de três alunas do Curso de Fonoaudiologia da UNESP de Marília, que já possuíam experiência neste tipo de atuação. Foram triados 1050 alunos do total de classes, constituído a amostra de 52 crianças como já citado. Esses alunos foram acompanhados durante o ano letivo de 1992, no decorrer do qual foram analisadas três avaliações da produção articulatória e três avaliações da produção gráfica de cada um deles. O instrumento utilizado para a produção articulatória, nas duas primeiras avaliações, foi a nomeação de figuras, e na terceira, o estímulo visual seqüencializado, para a elaboração oral da história. Para o levantamento dos fonemas que apresentavam algum distúrbio articulatório, considerou se, nesta pesquisa, a omissão do fonema, a substituição de um fonema por outro e a distorção do próprio fonema, desde que aparecesse pelo menos uma vez em cada palavra. Para a produção gráfica, utilizou se figuras para serem reconhecidas e escritas, e o mesmo estímulo visual seqüencializado para a elaboração escrita de história. Para a tabulação dos dados, os distúrbios da escrita foram classificados como: omissão de grafemas ou sílabas, adição de grafemas ou sílabas, substituição de grafemas nas sílabas ou de sílabas nas palavras e ininteligibilidade, quando não se podia analisar a palavra de outra forma. Deste modo, uma palavra pôde apresentar mais de uma alteração. De acordo com os dados obtidos pôde se afirmar que, neste grupo de alunos, a maioria deles cometeu os erros gráficos, tanto iguais quanto diferentes da fala, relativos às substituições e omissões. Com relação às suas ocorrências, os alunos sempre cometeram maior número de erros ortográficos diferentes de suas alterações articulatórias, mas as gráficas iguais às articulatórias também foram cometidas até o final do ano letivo. Os resultados da pesquisa, firmam a relevância da prevenção dos distúrbios articulatórios, como uma forma de garantir melhores condições para a aquisição da escrita. Quanto ao professor, a autora enfatiza que este deveria manter maior contato com seus alunos através da comunicação oral, podendo obter maiores informações sobre sua fala, o que facilitaria o reconhecimento das dificuldades que pudessem ocorrer durante o período de alfabetização.

Nome do Autor: Eliana Maria Gradim Fabron
Nome do Orientador: Sadao Omote
Instituição: Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho
Estado:São Paulo
Ano Publicação: 1994
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: FABRON, Eliana Maria Gradim. Relacao entre o disturbio articulatorio e a aquisicao da escrita. 1994. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, São Paulo, 1994.