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O processo de construção da professora alfabetizadora no cotidiano escolar.

Esta pesquisa se propôs a investigar o processo de mudança de uma professora alfabetizadora no cotidiano escolar em relação a sua epistemologia. Foi utilizada para observação uma sala de aula de uma classe de 1a série da rede estadual de Salvador. Como processo da pesquisa, a autora utilizou observação participante e entrevista. Os sujeitos foram o professor, os alunos, os pais, o orientador, e a comunidade escolar. O compromisso mesmo inconsciente do professor com determinada epistemologia pode determinar a sua prática pedagógica. A simples mudança de paradigma epistemológico não garante, necessariamente, uma mudança de concepção pedagógica ou de prática escolar mas, sem esta mudança de paradigma superando o empirismo e o apriorismo, certamente não haverá mudança profunda na teoria e na prática. No cotidiano da sala de aula, será observada a interação entre o professor e o aluno destacando-se a função de linguagem utilizada pelos sujeitos da pesquisa que estão em interação na classe, e também o professor. A respeito da concepção de avaliação embutida na escola em questão, pôde-se constatar que a avaliação é a mais tradicional possível. A nota da unidade é a nota da prova. As provas não solicitam a construção do conhecimento, somente a verificação de conteúdos. Pelo que foi visto nas entrevistas, a concepção epistemológica deste professor é empirista, mas observa-se uma abertura do educador para com a sua classe e uma preocupação em desenvolver atividades interessantes e prazerosas para o aluno. No que tange a aquisição da escrita, a professora faz com que seus alunos reflitam sobre suas produções, no intuito de superá-las. Este, parte da produção do aluno para tentar questioná-lo, apresentando assim, a concepção epistemológica construtivista de ensino. Contudo, fica claro também que esta processo de mudança de paradigma não é linear, é um movimento dialético de idas e vindas que supõe a própria reconstrução pessoal do educador enquanto sujeito de aprendizagem. Pode-se concluir que a professora da classe em questão, viveu um processo de mudança muito profundo rompendo seus próprios paradigmas. Na análise das aulas expostas no escopo do trabalho, observou-se a fundamentação epistemológica do empirismo, do apriorismo e do Construtivismo, revelando o processo vivido pela mesma. Neste momento é possível afirmar que a professora mudou sua concepção epistemológica sobre o conhecimento, encontrando-se no contrutivismo, fazendo parte do grupo-sujeito e também em processo, pois as mudanças não são estanques, são movimentos e são vidas.

Nome do Autor: Raquel Usevicius Hahn
Nome do Orientador: Miguel Angel Garcia Bordas
Instituição: Universidade Federal da Bahia
Estado:Bahia
Ano Publicação: 1997
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Concepção de Alfabetização
Referência: HAHN, Raquel Usevicius. O processo de construção da professora alfabetizadora no cotidiano escolar. 1997. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Federal da Bahia, Bahia, 1997.