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Resgatando o passado : o ciclo básico e a reprodução da reforma do ensino primario de 1967.

O presente estudo tem por objetivo evidenciar a existência de um movimento oscilante e recorrente de reformas na educação pública paulista que, ora produz medidas inovadoras, ora reproduz essas medidas, ora une o produz e o reproduzir em um mesmo momento. A metodologia é constituída por análises de documentos e entrevistas. O Ciclo Básico, criado em 1983 e implantado a partir de 1984 nas escolas públicas do estado de São Paulo, reproduziu muitas das medidas reformadoras implantadas em fins da déc. de 60 no ensino primário, com a reforma de 1967. Dentre os aspectos que assemelham as reformas, é pertinente citar: a modificação da organização escolar seriada, o remanejamento dos alunos, promoção automática, recuperação, respeito às diferenças individuais e do ritmo de aprendizagem do aluno, dentre outras medidas. Além desses aspectos as reformas têm um personagem em comum: o prof. José Mário P. Azanha, que teve participação fundamental nas reformas citadas. Apesar da incongruência, ou mesmo da ausência de algumas informações, os dados estatísticos revelam ganhos no percentual de aprovações a partir de 1967, quando as iniciativas de reformar o ensino primário se iniciaram. A análise apresentada sobre a reforma que implantou o Ciclo Básico foi realizada desde as primeiras ações da Secretaria, seguida da implantação da reforma de 1983, até a implantação da Jornada Única, em 1988. Mesmo com vários problemas, o Ciclo Básico reverteu-se em ganhos para alunos das séries iniciais principalmente pela garantia de que teria mais tempo para aprender, para se alfabetizar. O confronto entre as reformas serão abordados sobre os seguintes aspectos: processo de formulação e implantação das reformas; a promoção automática e a disseriação; o papel do professor nas reformas de 1967 e de 1983; os mecanismos diferenciados e homogeneizadores presentes nas reformas. As diferenças entre as reformas estão ligadas principalmente ao contexto político em que cada uma foi formulada e implantada, ou seja, em períodos de menor ou maior abertura política, possibilitando ou não a concretização de iniciativas que visassem a democratização da educação. Quanto às semelhanças entre as reformas estão: a forma de organização escolar, a promoção automática, a recuperação paralela, o remanejamento e a visão de aluno o qual deve ter respeitado seu ritmo de aprendizagem e suas diferenças individuais. Estas semelhanças indicaram que uma reforma resgatou muitos propósitos e medidas da outra. Conclui-se que, apesar de tudo, as reformas, seja através da produção de medidas e inovações como através da reprodução da mesmas, resultaram em contribuições positivas á educação pública paulista.

Nome do Autor: Rosana Batista Monteiro
Nome do Orientador: Raquel Pereira Chainho Gandini
Instituição: Universidade Estadual de Campinas
Estado:São Paulo
Ano Publicação: 1996
Curso: Programa de Pós-Graduação em Educação
Grau do Trabalho: Dissertação de Mestrado Acadêmico
Área: Ciências Humanas: Educação
Tipo de Pesquisa:
Referencial Teórico: Em análise
Assunto:Em análise
Referência: MONTEIRO, Rosana Batista. Resgatando o passado : o ciclo básico e a reprodução da reforma do ensino primario de 1967. 1996. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 1996.