Alex Dau, escritor moçambicano, participa de encontro sobre literatura africana na FaE

 

A Faculdade de Educação da UFMG recebeu na última quarta, 20, o escritor moçambicano Alex Dau para abrir a série “Encontros com escritores africanos e de herança africana”, realizado pelo Grupo de Pesquisa do Letramento Literário (GPELL) - Ceale, pelo Centro de Estudos Africanos (CEA/DRI/UFMG) e pela editora Nandyala. O encontro também marca a passagem do escritor pelo Brasil para o lançamento de seu novo livro  “O galo que não cantou”.

 

Durante a conversa, Alex apresentou como a literatura está inserida em seu país, explicando que há uma centralização da produção literária na capital, Maputo, que acaba por invisibilizar a literatura de outras províncias. 

 

Alex também apontou alguns aspectos socioculturais presentes em Moçambique. O escritor ressalta como a pluralidade cultural que se encontra aqui no Brasil também é observada em seu país, com regionalismos e diferenças culturais bem demarcadas. Para Alex Dau, isso torna-se um aspecto que dificulta a formação de novos leitores, pela existência de diversas línguas nativas em relação à leitura e escrita em língua portuguesa.

 

Formação de leitores

 

Dentre suas obras, uma em específico, “O menino, a bola e o macaquinho”, é direcionada ao público infantil. De acordo com Alex: “A obra está enquadra nesta expectivativa de buscar o leitor jovem, a formação de leitores, pois nós temos um grupo de leitores muito reduzido que está centrado na capital do país”. O escritor citou métodos que ele e outros escritores utilizam em Moçambique para disseminar a leitura e os hábitos literários entre as crianças. Segundo Alex, um dos formatos mais aplicados é a realização de encontros em escolas primárias para dialogar com os alunos sobre livros, histórias e contos diversos, sempre visando saber quais são os interesses destes alunos e as suas práticas cotidianas de leitura.