Autonomia no aprendizado
Professoras estimulam independência e parceria das crianças no processo de alfabetização
Letra A • Terça-feira, 22 de Dezembro de 2015, 16:27:00
Por Túlio Lopes de Melo
Valendo-se do alfabeto na parede como auxílio, Ângela Barbosa e Rosiane Fagundes, professoras da Escola Municipal Terezinha Nívia de Oliveira Lopes, em Ipatinga (MG), criaram uma aula prática diferente. Elas montaram grupos de quatro integrantes e distribuíram 24 palavras do jogo “Meu ditado”. Os alunos deveriam colocar em ordem alfabética, realizar a classificação silábica e soletrar as palavras.
A ideia não era apenas colocá-los em grupo para que interagissem, mas “juntar os com mais facilidade a outros com maior dificuldade”, relata a professora Ângela, que, com essa ação, pretendia que todos que realizassem a atividade saíssem aprendendo. Dessa forma, com integrantes em níveis diferentes de aquisição da escrita, o processo de alfabetização no grupo seria mais efetivo, mediante as dificuldades que fossem aparecendo. Além da união para a resolução dos problemas, as professoras tinham uma estratégia principal: fortalecer a independência dos alunos no aprendizado: “Eles estavam em grupo, tinham o auxílio do alfabeto, fixado na parede, então tiveram que organizar essa estratégia e realizar esses exercícios de forma mais independente”, destaca a alfabetizadora.
Conforme relatado pela professora, um de seus alunos, que tinha muita dificuldade, descobriu com a atividade a própria capacidade de decodificar palavras. Segundo Ângela, o aluno dizia que não sabia ler, mas soletrou para o colega a palavra “boné”. “O próprio colega veio me contar, e falou para ele: ‘Como que você não lê se você soletrou a palavra certinho?’”