Classificados - Jornal Letra A 42


     

Letra A • Quinta-feira, 13 de Agosto de 2015, 14:27:00

Feito à mão

Ao adaptar jogo do Pnaic, turma trabalha do reaproveitamento de materiais à criação de gráfico de pontuação

Por Eliza Dinah

A educadora da zona rural de Belo Vale (MG) Rosemary Lima adaptou um jogo indicado pelo Pnaic em sua turma, fazendo do  Bola na Caixa um projeto desenvolvido pelas crianças. “Esse jogo foi apresentado para trabalharmos a adição. Só que, quando cheguei em sala, vi que poderia explorá-lo ainda mais”, conta a professora.

Aprendendo sobre reciclagem e reaproveitamento, as crianças recolheram caixas de giz de cera vazias e papelão para confeccionar o jogo. Com as peças em mãos, começaram pintando de branco as 10 caixinhas, para depois customizá-las. Como uma turma de seis alunos se divide para pintar 10 caixinhas? A educadora relata que eles mesmos apresentaram soluções para a divisão de tarefas.

As caixas foram coladas ao papelão em forma de pirâmide, e no interior de cada uma havia escrito um número aleatório de 10 a 29. Em quatro rodadas, as crianças tinham que jogar uma bolinha de papel e acertar uma das caixas. Em seguida, elas observavam qual número estava escrito dentro da caixinha que foi acertada, identificando e anotando-o em uma folha, além de colori-lo na cor pré-definida para número par ou ímpar. O jogo foi realizado em quatro rodadas e, ao fim, as crianças tinham que organizar seus quatro números em ordem crescente e decrescente.

Após as três etapas (identificar, colorir e organizar), fizeram um gráfico de pontuação para descobrir quem havia vencido o jogo. “No final, eles perceberam que a barrinha maior era do colega que tinha ganhado. Foi algo automático, não precisou de muita intervenção”, explica a professora.

 

Em família

Professora convoca pais e mães a participarem de projeto que integra geometria e literatura

Por Manuela Peixoto

Com a falta de tempo e as obrigações diárias, é cada vez mais comum que os pais não participem do aprendizado dos filhos. Estimulada a reverter a situação, a professora do 1º ano Joanne Cunha dos Anjos propôs uma atividade que, além de trabalhar integradamente as disciplinas de forma divertida, uniu pais e alunos.

Joanne, que é professora do Colégio Grão Mestre Venâncio Igrejas Lopes, em Itacoatiara (AM), estava trabalhando sólidos geométricos com materiais concretos e, paralelamente, as crianças também estavam estudando histórias infantis. Então ela resolveu juntar os dois conteúdos e trabalhar de forma diferente: leu várias histórias e pediu que cada um confeccionasse, utilizando materiais sólidos existentes em casa, o personagem que mais lhe chamou a atenção. Mas o principal: a atividade deveria ser desenvolvida com a ajuda dos pais.

Primeiro, Joanne deu vários exemplos de sólidos geométricos e comparou com objetos que eles já conheciam dentro e fora da sala de aula. “Mostrei um cubo e perguntei: ‘O que se parece com o cubo aqui em sala?’, e eles indicaram. ‘E em casa, tem algum objeto que se pareça com esse daqui?’ E por aí foi. Eles puderam entender quantas partes cada figura tinha e como ela é formada”, destaca Joanne. No dia da entrega, os alunos, junto com os pais, apresentaram os personagens confeccionados e falaram sobre o processo de criação. “O objetivo era fazer com que os pais percebessem o quanto é importante disponibilizar um tempo para estar com seus filhos. E o resultado não poderia ter sido melhor, o que foi visto na qualidade dos objetos que eles criaram.”

 

Várias formas de aprender

Professoras valorizam as formas de comunicação e registro próprias dos alunos ao aprenderem sobre números

Por Túlio Lopes de Melo

As crianças do 1° ano conversavam enquanto contavam balas comestíveis trazidas pelas professoras Lisandra Silveira e Elisangela dos Santos, da Escola Básica Padre Pedro Baron, em Itajaí (SC), que observavam as estratégias de comunicação. “Um começou a contar e o colega disse: ‘Ah não, está difícil, assim a gente vai se perder’; já outros diziam: ‘Vamos fazer grupinho de 10’”, relata Lisandra. Esse foi um dos vários desafios que elas criaram para ensinar a ideia de número, numerais, dezenas, centenas, unidades e seus usos em situações cotidianas.

Em uma das atividades, fizeram o uso de calculadoras para estimar a grandeza de um número, o que era inovador, porque “a maioria deles nunca tinha usado uma calculadora”, explica Lisandra. Além disso, foi usado também um jogo comum: o arremesso de dados, em que era preciso fazer a soma dos números obtidos em cada jogada. “Cada um tinha que registrar da sua forma, e o que completasse uma dezena ganhava uma estrelinha”, conta Lisandra. Um dos alunos optou por fazer a sequência numérica de 1, 2, 3 até chegar ao 10, enquanto outro desenhava uma bolinha para cada ponto e circulou todas ao completar a dezena.

As diversas atividades incentivavam não só o aprendizado da Matemática, mas também a alfabetização da língua: “Eles escreveram no final, fizeram os registros do conhecimento obtido com as atividades. Então nós trabalhamos a oralidade, a comunicação entre eles, a alfabetização matemática e a alfabetização escrita. Integramos vários objetivos”, conclui Lisandra.

 

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