Do espaço acadêmico ao Espaço Letrado

Em Formação | Letra A 54


     

Letra A • Sexta-feira, 06 de Agosto de 2021, 15:57:00

 
Por Mariana Eller e Tarsis Matarelle (@espaco.letrado)
 
Somos Mariana e Tarsis, duas amigas no final do curso de Pedagogia da UFMG. Neste ano, criamos um perfil no Instagram chamado Espaço Letrado (@espaco.letrado), com o propósito de compartilhar com nossas colegas em formação e com outras professoras alfabetizadoras dicas de livros, textos, conceitos, jogos e recursos didáticos sobre Alfabetização e Letramento. A criação desse espaço virtual teve como influência as ricas experiências que tivemos durante o curso de Pedagogia. 
 
No início da graduação, cursamos a disciplina de Alfabetização e Letramento I e tal foi o nosso interesse na área que nos integramos ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), no subprojeto Pedagogia/Anos Iniciais. O programa oferece aos estudantes das licenciaturas a oportunidade de atuarem na rede pública e serem, ao mesmo tempo, orientados por professores da graduação. Nosso trabalho foi realizado em uma escola da rede pública de Belo Horizonte (MG), em duas turmas do Ensino Fundamental, uma de 1º ano e outra de 3º ano. Junto ao grupo de estudantes de Pedagogia e sob a coordenação da professora Valéria Barbosa de Resende, colocamos em prática atividades reflexivas sobre o sistema de escrita alfabética a partir do uso de gêneros textuais, como autobiografia, quadrinha, convite e resenha para o 1º ano e autobiografia e conto para o 3º ano. 
 
Após um ano no PIBID, nos engajamos em experiências distintas, mas ainda relacionadas à alfabetização. Mariana começou a atuar como bolsista do projeto de extensão da UFMG: “Projeto de Ensino Fundamental para Jovens e Adultos - 1º Segmento (Proef 1 EJA)”, ministrando aulas em turmas de alfabetização, sob a coordenação das professoras da FaE/UFMG Francisca Izabel Pereira Maciel e Daniela Freitas Brito Montuani. Tarsis participou como auxiliar em duas pesquisas com crianças de 6 anos, coordenadas pela professora Valéria Barbosa de Resende, que utilizou a metodologia do Programa de Escrita Inventada. Após essas experiências na rede pública, também atuamos em escolas da rede particular; Mariana, na etapa de Educação Infantil, e Tarsis, nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
 
Participamos de eventos, congressos e simpósios ligados à alfabetização, além de cursar disciplinas da Faculdade de Educação (FaE) da área, a saber: “Alfabetização e Letramento” I e II, “Dificuldades de Ensino e Aprendizagem da Leitura e Escrita”, “Didática na Educação Infantil”, “Metodologias da Alfabetização na Educação de Jovens e Adultos” e “Laboratório de Alfabetização e Letramento: jogos e recursos didáticos para apropriação do Sistema de Escrita Alfabética”.
 
Também fomos monitoras de disciplinas da graduação; Tarsis, de “Alfabetização e Letramento I”, ministrada pela professora Valéria Resende; e Mariana, de “Laboratório de Alfabetização e Letramento: jogos e recursos didáticos para apropriação do Sistema de Escrita Alfabética”, ministrada pela professora Daniela Montuani. Realizamos Pesquisa de Monografia, com a orientação das referidas professoras; Tarsis escreveu sobre “A apropriação do princípio alfabético por crianças de 6 anos: contribuições do Programa de Escrita Inventada”, e Mariana, sobre “O uso de jogos de alfabetização: experiências de professoras dos primeiros anos do Ensino Fundamental”. 
 
Todas essas experiências que relatamos são fruto da imersão que a faculdade nos proporcionou, relacionada ao ensino, pesquisa e extensão na área de Alfabetização. Valorizamos a importância de que o ensino da língua escrita seja realizado de forma explícita e sistemática sem desconsiderar a relevância dos processos de letramento. Além disso, defendemos que as crianças, jovens e adultos das escolas públicas possuem o direito a um processo de alfabetização de qualidade.  
 
Chegamos ao final da graduação com o intenso desejo de nos tornarmos professoras alfabetizadoras. Sabemos que é uma tarefa que exige muita dedicação e empenho, mas estamos dispostas a realizar um trabalho de qualidade, colocando o alfabetizando como o centro do processo de aprendizagem. E somos encantadas com esse processo e compreendemos a complexidade que há no ato de ensinar e aprender a leitura e a escrita. A nossa intenção é continuar ampliando as experiências e conhecimentos sobre a alfabetização. 
 
Consideramos que a alfabetização é como uma pedra preciosa com muitas facetas. E é com essa metáfora que Magda Soares nos leva a refletir sobre a aprendizagem inicial da língua escrita, ao afirmar em seu livro “Alfabetização: a questão dos métodos” que “tal como, em uma pedra lapidada, as várias superfícies – facetas – se somam para compor o todo que é a pedra, assim também os componentes do processo de aprendizagem da língua escrita – suas facetas – se somam para compor o todo que é o produto desse processo: alfabetização e letramento”.
 
Nossa intenção com o Instagram (assim como em nossa prática docente) é continuar desvelando essa pedra preciosa, disseminando e valorizando a concepção da alfabetização na perspectiva do letramento. E convidamos vocês, queridos leitores e colegas de profissão que aqui nos leem, a conhecerem nosso Instagram, fruto de uma formação inicial de qualidade no curso de Pedagogia.