Em deriva

Noite de abertura do XII Jogo do Livro e II Seminário Latino-Americano teve homenagens, reflexões e apresentação artística


     

Acontece • Quarta-feira, 08 de Novembro de 2017, 21:26:00

Com música, conversa e poesia, teve início o XII Jogo do Livro e II Seminário Latino-Americano: Palavras em Deriva. “A alegria é a prova dos nove”: citando o Manifesto Antropófagico de Oswald de Andrade, o coordenador do Grupo de Pesquisa do Letramento Literário (Gpell), Guilherme Trielli, apresentou na sessão de abertura o espírito com que se inicia o evento, associando a alegria como “uma forma de resistência”. O Jogo do Livro é organizado pelo Gpell, que integra o Ceale. A mesa de abertura também foi composta pelo professor e pró-reitor de graduação da UFMG, Ricardo Takahashi, pela diretora de divulgação científica da Pró-reitoria de Extensão, Silvânia Nascimento, pela secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, Edna Borges, pela diretora da Faculdade de Educação, Juliane Corrêia, e pela diretora do Ceale,Valéria Barbosa. 

Os professores Carlos Novais, Célia Abicalil e Rubens Vaz Cavalcanti prestaram homenagens a artistas que faleceram este ano, lendo trechos das obras do professor e sociólogo Antônio Cândido, da escritora e ilustradora Ângela Lago e do músico Luiz Melodia.

XII Jogo do Livro e II Seminário Latino-Americano: Palavras em Deriva acontece até o dia 11. Você pode conferir a programação e mais informações aqui.

Conferência

A conferência de abertura do evento foi realizada pelo antropólogo e escritor Antônio Risério. Ele falou sobre criações textuais na atualidade e propôs uma “radicalização cultural da sociedade democrática” e citou Umberto Eco, ao falar sobre uma “elite cultural”, que seria "a única elite verdadeiramente democrática” e da qual todos deveriam fazer parte, referindo-se à democratização do conhecimento cultural. O autor comparou ainda o trabalho do escritor ao de um marceneiro, que se preocupa com a forma dos seus móveis, e assim deveria ser com a literatura.  

Risério defendeu que deveria existir uma preocupação maior com a forma e a estética de textos literários e que alguns critérios devem ser obedecidos para que o texto seja de fato de qualidade. Para ele, “a arte não é uma terra de ninguém para o espetáculo da incompetência”, referindo-se à quantidade de pessoas atualmente que se consideram escritores e que, para Risério, não se encaixam dentro do termo, principalmente pela falta de preocupação e conhecimento mais aprofundado da língua: “para eles parece mais um incômodo, um obstáculo, do que qualquer outra coisa”.

Encontro da arte com a educação

Para finalizar a noite de abertura, o artista Ricardo Aleixo, acompanhado do professor da Faculdade de Educação e músico Marco Scarassatti, realizaram uma performance que uniu música, poesia e expressão corporal.

A gravação das apresentações na noite de abertura do XII Jogo do Livro pode ser conferida no vídeo abaixo: