“Letramento Profissional” tem aula inaugural de sua segunda edição na FaE

 

Teve início na última sexta-feira, 22, o curso "Letramento Profissional: práticas de escrita do(a) professor(a) na Educação Infantil" , elaborado e organizado pela Secretaria de Educação de Belo Horizonte (SMED/BH) e pelo Ceale. A aula inaugural ocorreu na Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, reunindo todos os cursistas. Os próximos encontros ocorrerão em nove regionais da capital, totalizando as nove turmas ofertadas.  

 

O primeiro encontro foi marcado por apresentações. Após explicações sobre estrutura e apresentação da equipe, o professor da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG Gilcinei Carvalho, coordenador do curso pelo Ceale, dedicou a aula inaugural à delimitação da proposta. 

 

O professor explicou que o curso tem “caráter de originalidade” ao combinar a ideia de letramento com o campo ‘profissional’. O letramento se insere na proposta a partir da ideia de que se pretende analisar os usos e atividades de leitura e escrita nas práticas cotidianas. Ao explicar que “letramento não é um, mas vários”, Gilcinei pontuou que existe uma diversidade de letramentos, sendo uma delas o ‘profissional’, já que essa dimensão apresenta especificidades em relação a práticas de leitura e escrita.

 

“Qual o peso das práticas de leitura e escrita na atividade profissional do professor”, questionou Gilcinei. O professor apontou que ler e escrever são prerrogativas que se espera do professor, já que a instituição escolar tem a função de promover o ensino dessas habilidades por meio do professor.

 

Levando em conta as condições de trabalho do professor na realidade brasileira, o curso pretende questionar o espaço que as instituições dão para que o professor faça reflexão sobre letramento.

 

Discussões iniciadas

 

Após a explicação geral da ementa e objetivos, o coordenador do curso detalhou a proposta a partir de exemplos de uso da escrita no âmbito profissional do professor. Um dos exemplos, que gerou debate entre os cursistas, foi o da escrita de bilhetes na agenda dos alunos. Gilcinei chamou atenção para a especificidade da Educação Infantil, que demanda do professor maior zelo e atenção com as crianças, por serem muito novas. 

 

A escrita de bilhetes demanda então uma série de cuidados em como se escrever a informação, para que seja compreendida da maneira desejada. 

 

A partir dessa reflexão, os cursistas levantaram pontos como ética, respeito à escrita do professor e senso de identidade a partir da escrita mais consciente. O professor Gilcinei defendeu: “quanto maior a consciência das nossas escolhas, melhor defendemos nossos pontos de vista”. 

 

O curso

 

Os objetivos do “Letramento Profissional” são propor situações de uso da escrita no contexto profissional da Educação Infantil, analisando as estratégias discursivas presentes no cotidiano da instituição escolar; avaliar as formas de registro e de divulgação de informações, em especial aquelas que envolvem a rotina da escola, como os relatórios, os relatos, o planejamento, os bilhetes, entre outros; e caracterizar diferentes gêneros textuais, apresentando elementos sobre: ‘para quem se escreve’, ‘o que se escreve’ e ‘como se escreve’ nessas situações profissionais. O curso ocorre em nove regionais de Belo Horizonte.