Novas tecnologias, novas possiblidades


     

Letra A • Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2014, 15:21:00

Por Clara Tannure

Na periferia da cidade de São Carlos, em São Paulo, grande parte das crianças não têm computador nem acesso à internet em casa. Uma pesquisa realizada para o projeto de pós-doutorado da pesquisadora da UFSCar Priscila Domingues consistiu na implantação de um “Cantinho Tecnológico” em uma sala de aula do Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) que atende a essas crianças. O uso desse “cantinho” é baseado nos “cantos de trabalho”, presentes na teoria de Freinet. “Nós fomos contra instituir salas de computação, se não ia voltar àquela coisa de escolarização: agora é aula de Informática. A gente não quer isso. Nós queremos colocar a tecnologia permeando todas as atividades que o professor pode desenvolver na sua rotina”, conta Priscila. No cantinho criado havia notebook, tablet, data show, impressora e câmera fotográfica, e a dinâmica da utilização desses elementos acontecia sempre ligada a algum projeto. “Se a professora estava contando a história do Saci Pererê, por exemplo, eles pesquisavam ‘Saci’ no Google, viam que informações estavam disponíveis ali sobre o Saci, buscavam imagens e, se gostavam de alguma, podiam usar a impressora e imprimir”, relata Priscila.

A pesquisadora conta que, com o passar do tempo, o Google virou um aliado para todas as horas. Se a professora problematizava algo que causava dúvida, as crianças logo pediam para consultar o site de busca. “Elas respondiam com o que achavam que era a resposta, mas também falavam: vamos pesquisar no Google, vamos ver na internet!”, relata.

Em uma das turmas onde a pesquisa foi realizada, a professora estava desenvolvendo um projeto chamado “Crianças do Mundo Inteiro”. Naquele momento a pesquisa era sobre as crianças da França: o que fazem, que idioma falam, do que gostam de brincar, o que gostam de comer. Decidiram então pesquisar um pouco sobre o tema no Google, e descobriram o petit gateau. “A tecnologia potencializou o aspecto da investigação na Educação Infantil, de dar asas para a curiosidade que a criança tem”, afirma a pesquisadora. As crianças acharam incrível que uma comida que eles gostam e comem aqui é originalmente francesa. Pesquisaram no Youtube, encontraram a receita, e a atividade terminou com culinária e petit gateau em sala de aula. 


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