Política de cotas tem balanço positivo
No dia 29 de agosto, a Lei de Cotas completou um ano em vigor e as Instituições têm respondido positivamente ao cumprimento das metas
Geral • Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013, 16:46:00
Com um ano desde sua implantação, a Lei de Cotas já mostra resultados positivos. 34% das Universidades Federais já estão cumprindo a meta final de reservar pelo menos 50% das vagas para estudantes vindos do ensino público. Entre os Institutos Federais, 83% já cumprem a reserva de 50% das vagas. O prazo para o cumprimento da lei é até 2016, mas universidades como a UFFS, UFSJ, UFRR e UFRA já alcançaram o objetivo. Por aqui, a UFMG reservou 13,67% das vagas no ano passado e esse ano reservará 25%, que é o valor mínimo exigido para o vestibular 2014.
À época de sua implantação, a lei de cotas causou muita discussão. Um dos argumentos usados pelos críticos é que ela causaria uma queda na qualidade dos alunos das instituições federais. No entanto, a nota dos cotistas no ENADE 2011 em conhecimentos gerais foi apenas 2,3% menor que dos não cotistas. Na prova de conhecimentos específicos, a nota foi 2,9% menor. Segundo o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os bons resultados não excluem a responsabilidade de dar bolsas assistência e tutorias pedagógicas para trabalhar as diferenças que eventualmente existam. Em seu pronunciamento, o ministro se mostrou otimista quanto ao desempenho dos cotistas. “Quando você dá a oportunidade, quem vem de baixo sabe o que aquilo significa e agarra aquilo com muita força. E me descupe, dá um banho em muito filhinho de papai.”
O ministro apresentou ainda outros dados que são alarmantes. Dos 14.634 médicos que se formaram em 2011, 338 se declaram como negros. E entre os 18.154 ingressantes no curso de medicina em 2011, são apenas 479. Pensando que mais da metade da população brasileira é parda ou negra, esses são números muito baixos. E as diferenças no acesso ao ensino superior entre brancos e os negros não terminam por aí. Em 1997, enquanto 11,4% da população branca de 18 a 24 anos frequentava ou já tinha concluído o ensino superior, para os negros (pretos e pardos) essa porcentagem era de 2,2%. Em 2011, o número subiu consideravelmente: para os brancos era de 25,6% e para negros de 10,7%. Mas é evidente que ainda há uma grande discrepância entre a presença de negros e brancos no Ensino Superior.