Política Nacional de Alfabetização é analisada em II Fórum Mineiro de Alfabetização

 

No último dia 03 de dezembro, terça-feira, ocorreu na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG) o II Fórum Mineiro de Alfabetização (FMA) e último Ceale Debate do ano. Professores, pesquisadores e representantes de cargos da área da educação estiveram presentes para discutir sobre a Política Nacional de Alfabetização (PNA), instituída pelo MEC neste ano. O FMA tem como objetivo ser um espaço permanente de discussão em Minas Gerais acerca das políticas e questões relativas à alfabetização. 

 

Na mesa de abertura, estavam presentes a professora Maria Isabel Antunes, diretora do Comitê Gestor Institucional de Formação Inicial e Continuada dos profissionais da Educação Básica da UFMG, a professora Daisy Cunha, diretora da Faculdade de Educação da UFMG, Ana Paula Pedersoli Pereira, integrante da equipe dos anos iniciais, representando a Secretaria de Educação do Município de Belo Horizonte, Rosely Lúcia de Lima, diretora da Educação Infantil e Ensino Fundamental, representando a Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, a professora Vanessa Neves, vice-coordenadora do programa de Pós-graduação da FaE/UFMG, a professora Mônica Correia Baptista, representando o Núcleo de estudos e pesquisas em Infâncias e Educação Infantil da FaE/UFMG, Lourival Martins, recém empossado presidente da Associação Brasileira de Alfabetização, e a professora Isabel Frade, representando a coordenação geral do PNAIC.

 

Francisca Maciel, professora da FaE/UFMG e coordenadora do Ceale Debate, convidou as autoridades para compor a mesa de abertura, e Daisy Cunha iniciou os trabalhos fazendo uma contextualização sobre o cenário político atual do Brasil. Os professores seguiram falando sobre as dificuldades que a UFMG passou ao longo dos anos, sobre a oportunidade de debaterem criticamente a respeito das políticas educacionais, incertezas e etc.

 

A mesa de discussão do fórum sobre a PNA foi marcada pela exposição de posições sobre a Política, com olhares críticos das pesquisadoras convidadas: Isabel Frade, Francisca Maciel e Sara Mourão, da UFMG, e Adelma Barros, da Unifap. Isabel Frade iniciou sua fala com o questionamento sobre um conceito científico ser capaz de entender e definir a alfabetização brasileira. “Embora a proposta do PNA busque construir uma noção de evidência baseada em pesquisas experimentais, eu defendo que é um conjunto de evidências empíricas e de outras pesquisas que permitem fazer outras indagações”, disse.

 

 

 

Dando continuidade, Francisca Maciel falou sobre sua indignação ao ler o documento da Política Nacional de Alfabetização. “Do conjunto dos vinte e um especialistas colaboradores responsáveis por criar a PNA, treze são brasileiros e apenas um é da área da educação, com formação em pedagogia. Aqui eu indago: qual o lugar da educação, do fazer pedagógico, do nosso lugar como alfabetizador e dos alfabetizandos em uma política nacional de alfabetização?”, Francisca questionou.

 

Depois da fala da professora Francisca, Sara Mourão e Adelma Barros deram continuidade às discussões, analisando a concepção de alfabetização implícita na política, fazendo reflexões sobre as condições para alfabetizar no Brasil, e apresentando dados para complementar as argumentações.

 

Ao final, foi aberto o debate para que os presentes, que levantaram questões como as variantes presentes nas escolas, que são independentes dos professores, e a importância do conhecimento sobre as diretrizes para fortalecer o movimento de resistência da alfabetização.

 

Assista no link abaixo ao II Fórum Mineiro de Alfabetização na íntegra: