Retrospectiva: É preciso conhecer e estar segura dos métodos utilizados
Letra A • Segunda-feira, 11 de Maio de 2015, 17:13:00
A professora da Escola Municipal Monteiro Lobato, em João Monlevade (MG), Rita de Cássia dos Reis, considera que o melhor é usar diferentes métodos, em diferentes momentos, de acordo com a habilidade que se quer desenvolver, com o tipo de aluno com que se está lidando e com as dificuldades de cada um deles. Rita conta que, em sua turma do 3º ano do 1º ciclo (a antiga 2ª série), algumas crianças estão lendo com fluência e outras estão mais no início do aprendizado da leitura. Para os dois tipos de aluno, ela usa estratégias diferentes. A professora diz ter percebido que, para crianças com dificuldades de aprendizagem e que tiveram pouco contato com materiais escritos antes de entrar na escola, é necessário evitar algumas barreiras que possam desanimar o aluno. Por isso, com esses, Rita de Cássia primeiro trabalha palavras simples e familiares, dando ênfase no trabalho fônico e silábico. Por outro lado, com alunos que já têm mais intimidade com o texto, a professora prefere começar pelo método global. "Esse tipo de aluno vence rapidamente o início e logo está lendo, questionando o jeito de escrever, produzindo texto", afirma.
Rita de Cássia cursou Magistério em 1973, quando aprendeu a trabalhar com os métodos fônico e silábico. Começou a dar aulas dez anos depois e passou a usar mais o método global, que estava em voga na época e pelo qual ela mesma fora alfabetizada. Nos anos 1990, quando fez o curso de Letras, a "tendência" era de base Construtivista. Nesses vinte e dois anos de profissão, Rita diz ter aprendido que "não há um método fantástico" e que o professor tem que conhecer várias metodologias e usá-las nos momentos mais apropriados. Ela acredita que os educadores não devem ficar presos às novidades que surgem a cada novo governo, jogando tudo o que era feito por terra. "O professor tem que estar seguro em relação ao método que usa e pensar no que é válido para os seus alunos, no que ele deve fazer para chegar às crianças, para cativá-las. Isso é tudo".
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