Educação rural não! Educação do campo
III Encontro de Formação PNAIC discute a escolha de livros didáticos e as especificidades da educação do campo
Acontece • Quarta-feira, 03 de Julho de 2013, 18:37:00
Seguindo a programação do III Encontro de Formação PNAIC, formadores e palestrantes se reuniram na tarde desta terça-feira, 2 de julho, em rodas de debate para avaliar a escolha de livros didáticos e suas implicações em sala de aula. Além do exame de livros, outro ponto importante deste segundo dia de encontro foi a análise da educação do campo. Temas como a terminologia rural, o papel do educador campestre e programas federais foram debatidos no grupo específico de discussão da prática em educação do campo.
De acordo com Ana Paula Rodrigues, professora do Curso de Aperfeiçoamento de Educação no Campo da Faculdade de Educação da UFMG - FAE, o primeiro erro cometido ao se falar de educação é diferenciar as práticas de ensino entre rurais e urbanas. “O termo educação rural é negativo porque reafirma a comparativa rural versus urbano, onde o urbano é o moderno e avançado e o rural é o velho e antiquado”, explica. Magna Araújo, da Secretária Municipal de Educação de Ouro Preto – MG, conta que muitos docentes não aceitam a terminologia por acreditarem que práticas específicas podem promover a exclusão do aluno do campo e dificultar sua inclusão social. Segundo Ana Paula, essa é uma crítica muito comum, mas pode ser considerada equivocada. “A educação do campo não busca isolar os alunos do campo, mas compreender suas necessidades culturais, sociais ou de formação”, explica a palestrante.
O avanço em recursos pedagógicos para se adequar à realidade do aluno do campo é resultado, principalmente, de projetos do Governo Federal como o Escola Ativa e o Pronacampo. Para Márcia Veiga, da Secretaria Municipal de Educação de Sete Lagoas - MG, a implementação de políticas públicas específicas foi essencial para a melhoria das práticas de educação do campo. “Para muitos de nós é como se estivéssemos sendo notados pela primeira vez, algo como ‘finalmente estão olhando para a gente’!”, conta Márcia. Ana Paula ressalta também a importância da luta histórica de grupos engajados para a concretização desses projetos, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que, desde a criação, luta pelo reconhecimento e valorização da educação do campo.
Outras pautas, como o preconceito sofrido pelo aluno do campo quando inserido em escolas de núcleos urbanos, o índice de evasão das escolas do campo e o rendimento desses estudantes, também foram temas do grupo de discussão.
O III Encontro de Formação PNAIC é promovido pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da UFMG (Ceale), e segue até quarta-feira, 3 de julho, na FAE.
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