Lugar de poesia é na escola

Geral • Terça-feira, 13 de Agosto de 2013, 16:35:00

“Pátios áridos, nenhuma horta, muros e grades altas, uma vida muito triste lá dentro. Aquele balanço triste que sobrou de um pátio que houve. O mato crescendo...” Para Elisa Lucinda, professora, atriz e poetisa capixaba, muitas escolas se assemelham a presídios – o que é preocupante e revelador da relação que muitas vezes se institui nesses espaços. “Entre as disciplinas (que é o nome que se dá às matérias, veja só!), toca uma sirene. E o nome do conjunto das matérias é grade curricular”, ela questiona. “Como pode o saber estar preso dentro de uma coisa chamada grade curricular?”

Na palestra que ministrou na última sexta-feira, 9 de agosto, na programação do 2° Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais, Elisa provocou os professores, criticando a acomodação e a falta de esperança que muitas vezes chega até a escola. “Ensino é para transformar. Eu acredito muito na educação pela autonomia do aluno: educação que faz pensar”. Para isso, a poetisa acredita que é fundamental investir em espaços de imaginação, trabalhando poesia e prosa dentro de sala de aula. É preciso que a escola encante os alunos, buscando construir uma relação reflexiva entre aluno e professor. “Como vamos aguentar uma aula que não encanta a gente?”.

O 2° Salão do Livro Infantil e Juvenil acontece na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte, até o dia 18 de agosto, com atividades durante todo o dia. Turmas de visitação escolar, crianças de até 10 anos, professores e bibliotecários não pagam entrada. Para os demais, o valor do ingresso é R$ 5,00. A programação pode ser acessada no site do evento: http://www.salaodolivro.com.br/.

Imagem: 2° Salão do Livro Infantil de Minas Gerais