Desafios educacionais

No decorrer do panorama histórico da educação feito pelo português Justino Magalhães, foram apontados desafios de peso a serem enfrentados


     

Acontece • Terça-feira, 16 de Julho de 2013, 19:06:00

Terminou na noite de quarta-feira (10) o I CONBAlf, com uma palestra do português Justino Magalhães. Professor da Universidade de Lisboa, Justino atua na área de história e psicologia da educação. Um dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelo professor é um atlas da escolarização dos municípios portugueses, apontando em cada um deles aspectos históricos da educação e cultura, entre os anos de 1820 e 1986.

Justino abordou o tema “Escolarização e Literacias: os sentidos da alfabetização e a diversidade cultural”. Durante cerca de uma hora de fala, ele fez um panorama histórico da educação no decorrer dos últimos duzentos anos. A palestra girou em torno de três tópicos: Modernidade e Cultura Escrita, Modernidade e Regime Educacional, e Desafios Atuais.

Alguns pontos interessantes foram apontados como desafios atuais na educação, como a  questão das tecnologias de informação e comunicação. Justino reforça que as novas tecnologias têm sido encaradas como uma solução fácil, mas a realidade não é essa. Para o professor, não basta disponibilizar um computador para o aluno. O uso da  tecnologia precisa ser mediado e o usuário precisa ser capacitado, sendo fundamental a presença do professor. “As tecnologias têm intrínseca uma epistemologia, uma linguagem própria. Enquanto não pudermos dar às crianças a capacidade de organização dessa linguagem, as tecnologias não vão resolver nada”, afirma o pesquisador.

Outro desafio contemporâneo é lidar com a diversidade na escola. Na Europa, por exemplo, existem culturas emergindo que não têm como língua principal a mesma língua que é ensinada na escola. Não precisamos nem ir tão longe assim para encontrar exemplos como esse. No Brasil, situação semelhante acontece com alunos indígenas, ou crianças de comunidades europeias do sul.

Uma questão importante, para Justino, é compreender como a escola passou a ter que traçar caminhos que não são os seus . Ela se tornou a responsável por preencher várias lacunas sociais, relativas à cultura, música, esporte e saúde. O pesquisador lembra também que políticas públicas de educação não são o suficiente, já que são aplicadas num âmbito local. Um mesmo programa pode ser executado de diferentes formas de acordo com o município, portanto, é essencial conectar o local com o global.