O jogo como ferramenta de ensino e inclusão

Encontro de formação dos coordenadores locais do Pnaic discute a utilização de jogos pedagógicos em sala de aula


     

Acontece • Segunda-feira, 28 de Julho de 2014, 17:40:00

 “A matemática é um jogo!”. Foi assim que a professora da PUC-Minas e coordenadora da área de Matemática do Pnaic na UFMG, Eliane Gazire, iniciou nessa segunda-feira, dia 28, sua palestra na formação dos coordenadores locais do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Falando sobre o tema “O jogo e a matemática na sala de aula”, ela destacou como os jogos podem desencadear a construção dos conceitos matemáticos, a partir do pressuposto de que o aprendizado se dá principalmente através da experiência. “A gente aprende não pela repetição, mas pela multiplicidade de experiências”, afirmou.

O jogo contribui com o desenvolvimento social e desempenha o papel de fixador de conteúdo. “Uma situação problema é criada, e a busca pela resolução faz com que os alunos utilizem o que foi aprendido de maneira prática”, explica Eliane. Além disso, quando bem planejado e orientado, o jogo auxilia no desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipótese, reflexão, tomada de decisão e organização. Eliane citou Ana Lúcia Petty (1995), que diz que “jogar é uma das atividades em que a criança pode agir e produzir seus próprios conhecimentos”. A palestrante completou dizendo: “Conhecimento é a única coisa que dá liberdade ao ser humano. Quanto mais conhecimento o indivíduo tem, mais dono de si ele é”.

Ainda discutindo o papel dos jogos no processo educativo, a professora da FaE Valéria Resende, trouxe estratégias da utilização desses jogos na inclusão de crianças com necessidades especiais, partindo dos pressupostos de que TODAS as crianças devem brincar. “As crianças da educação especial também precisam de situações desafiadoras”, afirmou. Ao sugerir algumas atividades que podem ser realizadas nessa inclusão, Valéria mostrou a possibilidade de uma criança surda participar do momento de contar histórias, trabalhando com a turma algumas palavras da LIBRAS (língua brasileira de sinais). Outro exemplo foi o de se realizar dinâmicas envolvendo cores com uma criança cega, fazendo-a relacionar cada cor a texturas ou objetos.

Valéria sugere que o tema “necessidades especiais” seja discutido com os alunos em sala de aula. Ela dá algumas dicas de como iniciar essa discussão, como a utilização dos personagens da Turma da Mônica, Dorinha, deficiente visual, Humberto, surdo, Luca, cadeirante e André, autista. Além disso, indica também a leitura do livro “Sofia, a andorinha” que conta a história de uma ave que, mesmo sendo cega, “enxerga” o mundo a sua volta por meio dos odores, sabores e sons.

Por Clara Tannure