Comunicar é educar

A comunicação é uma atividade educativa. Não é possível educar sem se comunicar. Esses são os paradigmas da Educomunicação, área que vem ganhando destaque tanto em pesquisas quanto em projetos desenvolvidos em escolas


     

Letra A • Quinta-feira, 17 de Outubro de 2019, 15:31:00

por Thiago Rodrigues
 
Dispositivos tecnológicos têm diversas funções em nossa sociedade, dentre elas, a comunicação. Os avanços tecnológicos, ao longo do tempo, possibilitaram que esses aparelhos se tornassem cada vez mais complexos e com múltiplas funcionalidades, surgindo, dessa forma, a possibilidade de relacioná-los com muitas áreas. No campo da educação, vem sendo construída uma relação com a comunicação que formou uma nova área de estudos conhecida como educomunicação.
 
Inicialmente, pode-se dizer que um dos pressupostos da educomunicação é a criação de estratégias para estimular o pensamento crítico e democrático, através da utilização da comunicação na educação. Segundo Thiago Reginaldo, doutorando em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catariana (UDESC), “a educomunicação pode ser descrita no conjunto de ações destinadas a criar e desenvolver ecossistemas comunicativos. Tais ecossistemas são articulações dos ambientes que favorecem o diálogo social e consideram as potencialidades dos meios de comunicação e suas diversas tecnologias para a educação”. Thiago completa dizendo que existem dois princípios nos quais a educomunicação se sustenta: a comunicação é uma ação educativa e não existe educação sem a comunicação. Essa relação pode ser compreendida assim como a utilização dos meios comunicacionais e das novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs), em conjunto com as práticas educativas, a fim de integrar esses dois campos.
 
Para Sandra Tosta, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte, a educação é aperfeiçoada com a presença midiática e esta pode ser explorada e desenvolvida ao máximo em diversas áreas, em um local de ensino: “em termos pedagógicos, a mídia pode ser incorporada com todo seu potencial em currículos, atividades escolares, nas relações de ensino-aprendizagem, de modo a favorecer o desempenho dos alunos e da própria escola como um todo. Um exemplo é tomar a mídia como produtora de imagens, de linguagens, de símbolos etc., de modo crítico e reflexivo”. Defendendo as práticas educomunicativas como métodos a serem trabalhados na educação, a professora destaca que, atualmente, este é um campo que não pode ser desconsiderado pelas escolas nos processos de ensino e aprendizagem, principalmente pela relevância que se tem na utilização, em diferentes maneiras, dos meios de comunicação para a compreensão das relações e acontecimentos presentes na sociedade.

Continue lendo:

Parte 2 - Desenvolvimento da área

Parte 3 - Educomunicação no contexto da alfabetização e letramento

Parte 4 - O que vem pela frente